Cineasta critica Calderón e defende mudança à esquerda no México
O cineasta norte-americano Oliver Stone disse na última terça-feira (10) que o presidente mexicano, Felipe Calderón, é igual ao ex-governante americano George W. Bush, pois ambos querem suas próprias guerras, segundo declarações dadas em entrevista coletiva por ocasião do lançameno de seu filme "Savages" no México.
Publicado 12/07/2012 10:56
"Calderón é como Bush, quer sua própria guerra e não há esperança para o México a menos que mude, assim como o fizeram outros países da América Latina", afirmou o diretor na capital mexicana.
Em sua opinião – expressada dez dias após a realização de eleições presidenciais marcadas por denúncias de fraudes e favorecimento da candidatura conservadora de Henrique Peña Nieto – o México precisa de uma mudança à esquerda, como fizeram países latino-americanos como Brasil, Argentina, Bolívia, Venezuela e Nicarágua.
"Esses são os modelos de mudança para o México", ressaltou. Oliver Stone destacou que a economia mexicana foi mal manuseada durante anos, o que, para ele, é o problema da escalada da guerra contra as drogas. "É uma pena que nunca possam ter líderes melhores".
"Savages" é uma adaptação do livro homônimo publicado em 2010 por Don Winslow, e fala da guerra entre jovens do sul da Califórnia que comercializam maconha de alta qualidade para uso medicinal e membros de um violento cartel da droga do outro lado da fronteira.
O diretor comparou a guerra no México contra os cartéis da droga com o conflito armado no Iraque e disse que a violência dos dois países está relacionada, pois a guerra do país árabe foi o início de um novo tipo de violência.
No mês passado, ele já havia dito que "Calderon é um desastre", considerando que o presidente mexicanofez o país viver "um pesadelo ao declarar guerra" aos cartéis."Passou-se de quatro para sete cartéis e houve mais violência. É como uma guerra civil, é uma vergonha", defendeu Oliver Stone.
"Savages" estreou nos cinemas dos Estados Unidos no último dia 6. O elenco inclui os mexicanos Sandra Echeverría, Joaquín Cosio e Diego Cataño, também presentes na conferência desta terça-feira, assim como Benicio del Toro, John Travolta, Demian Bichir, Shalma Hayek, Taylor Kitsch, Blake Lively, Aaron Johnson e Emile Hirsch.
Há mais de 60 mil vítimas fatais devido aos confrontos entre grupos criminosos e a estratégia implementada pelo governo mexicano para combater o narcotráfico nos últimos seis anos, de acordo com organizações de direitos humanos.
Com Efe