Para Israel, suspeitas de envenenamento de Arafat são "ridículas"
Israel classificou nesta quinta-feira (05) de "ridículas" as alegações de que o histórico líder palestino Yasser Arafat morreu envenenado com polônio 210, conforme foi noticiado pela rede de televisão "Al Jazira", do Catar.
Publicado 05/07/2012 10:09
"Desmentimos categoricamente todas essas acusações ridículas que apontam Israel como o autor do envenenamento de Arafat", declarou a Efe Lior Ben Dor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o funcionário, a denúncia do canal árabe faz parte de uma "campanha bem estudada" de uma rede de televisão conhecida por sua postura "anti-israelense".
Ben Dor também acusou a viúva do líder palestino, Suha Arafat, que pediu a exumação do corpo de Arafat, de fazer parte da campanha contra Israel. "Inclusive os palestinos nem sempre confiaram em sua lealdade à causa nacional palestina", acrescentou.
"Onde estiveram os objetos onde supostamente foi encontrado polônio durante os últimos dez anos? Quem os manuseou? Quem e como foram transportados?", perguntou Ben Dor.
O porta-voz também questionou por que a investigação foi feita quase uma década depois da morte de Arafat, e por que a "Al Jazira" não entrevistou os médicos franceses que trataram Arafat em Paris, cidade onde morreu.
"Estas e outras dúvidas demonstram que isto é um circo bem orquestrado, não sabemos por quem, mas que tem o objetivo de gerar ódio contra Israel. Em um momento convulso no mundo árabe pretendem dizer para as pessoas que deixem de se concentrar na Síria e não esqueçam que o inimigo continua sendo Israel", opinou.
Segundo o porta-voz, apesar do laboratório suíço que assegura ter detectado polônio na roupa do líder palestino não ter acusado diretamente Israel, "deixa a questão aberta e há pessoas na Autoridade Palestina e no mundo árabe que usam isto como uma oportunidade a mais para atacar Israel".
Após o pedido da viúva de Arafat, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) se mostrou disposta a exumar os restos do líder palestino. "Não há nenhuma razão política ou religiosa que impeça continuar a investigação do assunto", declarou o porta-voz da ANP, Abu Rudeina.
A investigação da "Al Jazira" se prolongou durante nove meses e foi feita nas roupas, escova de dentes e a emblemática "kufiya" (lenço palestino) de Arafat, onde, segundo o centro suíço, constatou-se níveis anormais de polônio, substância altamente radioativa, nos restos de sangue, suor, saliva e urina presentes nestes objetos.
Fonte: Opera Mundi