Obama retorna aos EUA em meio a crescentes incertezas

O presidente Barack Obama regressará nesta quarta (20) aos Estados Unidos para envolver-se na dura batalha eleitoral, no meio de crescentes incertezas a respeito do futuro econômico da nação.

O mandatário chegará a esta capital proveniente da 7ª Cúpula de líderes do G-20 em Los Cabos, no México, onde os líderes das maiores economias tentaram unir forças para recompor a guilhotina da crise europeia e a desaceleração da economia mundial.

Para Obama, é primordial a recuperação do chamado velho continente e o fortalecimento do euro, a fim de insuflar oxigênio à economia nortenha, atacada por um eventual estancamento.

Tal possibilidade complicaria ainda mais o xadrez eleitoral para o governante, que veria se afastar suas possibilidades de obter um segundo mandato em novembro, frente ao eventual candidato republicano Mitt Romney.

Obama retorna para encontrar um panorama nada tranquilo: uma taxa de desemprego de 8,2%, segundo cifras oficiais, que significam mais de 12 milhões de cidadãos precisando de posto de trabalho.

A iminente decisão do Corte Suprema de Justiça sobre a lei de reforma de saúde, impulsionada pela administração Obama em 2010 e qualificada como principal avanço de seus três anos no poder, põe em polvorosa a Casa Branca.

Caso seja aprovado o recurso de inconstitucionalidade defendido pela oposição republicana, devido a uma polêmica cláusula que obriga a adquirir o seguro de saúde sob pena de ser multado, significaria um golpe demolidor para o Executivo.

Incerto também continua o panorama político depois que a Casa Branca anunciou a suspensão temporária da deportação de jovens sem documentos menores de 30 anos que tenham chegado antes dos 16, vivam ao menos cinco anos seguidos no país e não possuam antecedentes penais. Cerca de 800 mil jovens poderiam beneficiar com esta medida.

Ainda que pesquisas apontem que a comunidade latina, a principal afetada pela expulsão de  não documentados na administração Obama – cerca de 400 mil por ano -, apoiam o mandatário, falta por ver que reação poderia gerar a decisão em outros grupos de eleitores.

Enquanto isso, a Casa Branca deve lidar ainda com um Congresso dividido e o perigo de uma moção de desacato contra o Promotor Geral Eric Holder, por supostamente ter se negado a entregar documentação sobre a escandalosa operação Rápida e Furiosa.

Ainda que Holder tenha tentado dirimir o diferendo com as principais figuras republicanas e democratas em ambas as câmaras do Capitólio, ainda pende o fantasma de uma impugnação contra sua pessoa, o qual escureceria mais ainda o horizonte eleitoral de Obama.

Fonte: Prensa Latina