Docentes da UFPI em greve se reúnem para avaliar negociações
O movimento é considerado um dos mais fortes já ocorridos nas IFES.
Publicado 18/06/2012 12:32 | Editado 04/03/2020 16:59
A greve dos professores das Instituições Federais de Ensino (IFES) completa 30 dias neste domingo (17). Desde a deflagração da paralisação nacional por tempo indeterminado em 17 de maio, docentes de 55 instituições federais já suspenderam as atividades sendo 50 universidades.
Além de melhoria nas condições de trabalho e ensino nas instituições, com atendimento das pautas locais, os docentes federais reivindicam uma carreira única, mais simples, com 13 níveis e steps definidos, com valorização da titulação e do regime de trabalho, em especial a Dedicação Exclusiva, incorporação das gratificações e paridade entre ativos e aposentados.
Negociação
“O movimento é considerado um dos mais fortes já ocorridos nas IFES. Agora é intensificar as ações de mobilização buscando a unidade com outros setores e o apoio da sociedade a nossa greve para pressionar o governo a apresentar uma proposta concreta na mesa de negociação marcada para terça-feira (19/06) às 10h com a categoria”, avalia o presidente da Adufpi, Mário Ângelo.
Um dos assuntos a serem abordados é a reunião que aconteceu dia (12) entre representantes do Ministério do Planejamento e entidades do setor da Educação. O governo mudou de posição e passou a aceitar a antecipação do prazo para o fechamento de uma proposta. Na reunião o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento (SRT/MP), Sérgio Mendonça, acordou com o Andes-SN e com as demais entidades que na terça-feira (19) haverá nova reunião na qual o governo vai apresentar um esboço de um novo plano de carreira tendo como referência o ministério da ciência e tecnologia.
“Só poderemos avaliar, quando a proposta estiver efetivamente na mesa. Isto implica prevenir-se de armadilhas como as que foram utilizadas em outros momentos de afunilamento das negociações e que podem ser reeditadas”, esclarece Mário Ângelo.
Orçamento
O governo federal não previu aumento aos servidores para este ano. O orçamento aprovado pelo Congresso Nacional apontou um gasto de R$ 203,24 bilhões com pessoal, um aumento de 1,8% em relação a 2011. Os gastos com o funcionalismo desaceleraram depois de subirem em 2008 e 2009 por uma série de reajustes e recomposições salariais concedidos pelo governo.
Segundo Mário Ângelo, “a pressão sobre o governo federal por aumento salarial ao funcionalismo deve ser fortalecida, com a mobilização para greve dos auditores fiscais da Receita Federal, trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União, além de médicos servidores públicos federais”.
O sindicalista reclama que não há no governo uma política salarial. "Estamos há quatro anos sem falar de aumento, há dois anos sem sequer receber reajuste da inflação. A hora é essa", declarou o presidente da Adufpi.