Menores infratores terão maior assistência

Somente no ano passado, aproximadamente 2,5 mil menores infratores do Distrito Federal estiveram em liberdade assistida, segundo dados da Secretaria da Criança. Em vez de ser internado, ele fica com a família e deve se comprometer a estudar e ter um bom comportamento.

O problema é que muitas vezes os pais não conseguem manter estes jovens longe da criminalidade e das drogas. A situação levou o Judiciário a tentar mais uma alternativa: a “saída responsável”. A solução, porém, ainda é vista com desconfiança por parte de especialistas em segurança.
O jovem em liberdade assistida que estiver dentro da medida não pode sair de casa das 23h às 6h sem a companhia dos pais ou responsáveis legais, salvo com autorização judicial. A determinação evitaria o contato com as drogas e, consequentemente, a prática de outros crimes para manter o vício. A medida é inédita no País.
A ação começou a ser implementada pela Vara da Infância e da Juventude (VIJ) no segundo semestre do ano passado. Segundo a VIJ, por ser um entendimento novo, ainda não foi possível catalogar a quantidade de processos nos quais a saída responsável foi aplicada, ou quantos adolescentes a estão cumprindo.
Perigo das drogas
De acordo com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a maioria destes menores tem envolvimento com drogas, inclusive com o crack. O promotor de Justiça Renato Barão Varalda defende a saída responsável inclusive pela situação que o Distrito Federal vive em relação ao crack. Mas ele destaca que é preciso esperar para que os resultados possam ser vistos. “A medida é aplicada quando for demonstrada a necessidade de que o jovem não saia de casa à noite. Ela é uma aliada à liberdade assistida”, explica o promotor da 4ª Promotoria de Justiça Infracional da Infância e da Juventude.
Os juízes da VIJ têm aplicado a saída responsável. Pesa na aplicação o fato de os pais informarem que o adolescente não obedece às regras por eles impostas, ausenta-se à noite e muitas vezes não volta para casa.