Metroviários fazem balanço positivo após fim da greve

Uma categoria mais fortalecida. Esse é o saldo mais positivo do movimento grevista realizado pelos metroviários nesta quarta-feira (23), em São Paulo. A paralisação que durou menos de 24 horas obteve reajuste de 6,17% (1,94% de ganho real), aumento nos vales-alimentação e vale-refeição, e 5% a mais no adicional de risco de vida para o pessoal que trabalha.


Assembleia que decidiu pela greve a partir da zero hora de quarta (23) / foto CTB

No início da tarde de quarta, o Metrô de São Paulo do governo Geraldo Alckmin (PSDB) ofereceu a contraproposta durante reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Os trabalhadores reivindicavam 5,13% de reajuste, baseado no índice IVC/Dieese, que mede a variação do custo de vida das famílias com renda de um a 30 salários mínimos, e aumento real de 14,99%, equiparação salarial e redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais.

“Foi uma greve que levantou a nossa categoria, com praticamente 100% de adesão nos diversos setores, que impressionou até o próprio governo tucano”, declarou o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Melo dos Prazeres.

No entanto, Altino reconhece que muitos pontos importantes ficaram de fora da negociação como a equiparação salarial e a redução da jornada de trabalho. Questionado se não seria mais viável dar continuidade às negociações, mesmo com o encerramento da greve, ele argumentou que “não faz sentido paralisar a greve e manter as negociações”.

Esta foi a proposta dos metroviários da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), feita durante a tarde na assembleia, que decidiu pelo fim da greve e pelo fim das negociações.

“A CTB defendeu a proposta do fim da greve, mas a retomada das negociações para garantir os outros pontos. Foi uma proposta bem recebida, tivemos apoio de cerca de 40% dos presentes na votação”, disse Wagner Fajardo, dirigente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) e que também faz parte da CTB.

Fajardo ressaltou que foi um movimento importante para os metroviários. “O movimento grevista foi importante por estabelecer a unidade da categoria que há cinco anos não fazia greve. Mas, infelizmente na forma como foi conduzida não produziu grandes efeitos positivos para a categoria que saiu da assembleia desconfiada da campanha . Os trabalhadores queriam mais. Foi uma luta muito grande para conquistas não tão significativa assim”, salientou Fajardo.

Durante o dia, em nota, a CTB manifestou apoio total à greve dos metroviários de São Paulo: "Não é de hoje que os metroviários alertam a sociedade para a atitude de descaso do governo estadual diante da situação que se encontra o sistema, assim como seus funcionários, que enfrentam cotidianamente péssimas condições de trabalho, agravadas pela superlotação, constantes falhas técnicas e o quadro defasado, que culminam em excesso de horas extras e afastamentos por doenças do trabalho", diz um trecho do comunicado da central.

As conquistas dos metroviários:

– 4,15% de reajuste salarial
– 1,94% de aumento real
– Vale Refeição (VR) de R$ 19,88 ao dia aumentou para R$ 23 (21,05% de reajuste)
– Vale Alimentação (VA) de R$ 150 para R$ 218 (45,33% de reajuste)
– Adicional de risco de vida para os Agente deSegurança (AS´s) e Agentes de Estação (AE´s) passou de 10% para 15%.

Deborah Moreira
Da redação