Trabalhadores do metrô de São Paulo fazem greve nesta quarta
Os metroviários de São Paulo decidiram em assembleia realizada nesta terça-feira (22) entrar em greve a partir da 0h desta quarta-feira por tempo indeterminado. Eles rejeitaram a proposta de aumento do Metrô, que significava uma reposição de 4,15% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e 1,5% de ganho real. Apenas a Linha 4-Amarela funciona amanhã por pertencer a um consórcio público-privado.
Publicado 22/05/2012 21:57
A decisão de entrar em greve já se confronta com uma decisão antioperária do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que estabeleceu em R$ 100 mil a multa ao sindicato para cada dia parado. As partes não chegaram a um acordo e o TRT determinou 100% do efetivo nos horários de pico, compreendidos entre 5h e 9h e 17h e 20h, e 85% nos demais horários. A proposta feita ao governo de liberar as catracas em lugar de paralisar as atividades não foi aceita para administração estadual.
A categoria reivindica reajuste de 5,13%, baseado no índice IVC/Dieese, que mede a variação do custo de vida das famílias com renda de um a 30 salários mínimos, e aumento real de 14,99%. O sindicato estima em 90% a adesão ao movimento grevista. De acordo com o presidente da entidade, Altino de Melo Prazeres Júnior, apenas os supervisores tentarão furar a greve, pois são cargos de chefia e tradicionalmente não aderem a paralisações.
Além do reajuste, os metroviários querem um adicional de periculosidade de 30% (atualmente os funcionários recebem 10%) e a equiparação salarial entre os profissionais que exercem as mesmas funções. "Eu não sou otário, equipara o meu salário" era um dos gritos ouvidos durante a assembleia desta noite.Haverá uma nova assembleia ao meio-dia desta quarta-feira, e o sindicato se declarou aberto a receber qualquer proposta neste espaço de tempo. "Ficamos à disposição para negociar e suspender a greve a qualquer momento", disse Altino.
Funcionários das linhas 8, 9, 10 e 11 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) – representados por outros sindicatos – podem seguir a onda nacional de protestos e também parar nesta quarta-feira.
Hermano Freitas, para o Portal Terra