Trabalhadores de Belo Monte decidem hoje se entram em greve
Trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte se reúnem em assembleia na tarde desta quarta-feira (18) para decidir se aceitam a proposta do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), apresentada aos representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav). Eles também decidem se paralisarão as atividades. O Proposta não atende reivindicações da categoria, adiantou o Ministério Público do Trabalho (MPT), que participou da negociação.
Publicado 18/04/2012 16:55
“Agora, vamos aos canteiros apresentar a proposta aos trabalhadores. A empresa assinalou que não tem mais proposta final. É essa e acabou. Vamos então passar a questão para assembleia decidir. Caso não aprove [a proposta do CCBM], vamos entrar em estado de greve, preparar a correspondência em 48 horas e depois discutir isso no Tribunal Regional do Trabalho, na seção de dissídios coletivos”, declarou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav), Giovani Resende Silva.
O dirigente lembrou que atualmente 60% dos trabalhadores da usina são de outros estados e têm interesse em reduzir o intervalo entre as baixadas porque querem ficar mais dias com suas família. Já os que são da região lutam pelo aumento do vale-alimentação.
"E 40% são moradores da região e têm interesse em aumentar o valor do vale-alimentação. Tudo agora vai depender de como a base vai entender a informação e qual é o anseio pessoal de cada um. É uma questão coletiva, mas tem anseios pessoais”, acrescentou Giovani Resende.
Segundo o procurador Roberto Ruy Rutowitcz Netto, do Ministério Público do Trabalho (MPT), que intermediou as reuniões de negociação, a proposta não contemplou as exigências da categoria.
“Fizemos três rodadas de negociação, mas elas não avançaram na forma como os trabalhadores esperavam. Agora, eles vão levar a questão à assembleia, para decidir se aceitam ou não a proposta apresentada pelo CCBM, que é a de manter o período de intervalo das baixadas [período em que os trabalhadores podem visitar as famílias] em 180 dias, mas aumentando a duração de nove para 19 dias. O problema é que esse período a mais, de dez dias, corresponderia à antecipação das férias. Os trabalhadores não concordaram com isso porque esse é um direito já assegurado por lei”, disse à Agência Brasil o procurador do MPT Roberto Ruy Rutowitcz Netto, que esteve presente nas reuniões de negociação.
O procurador acrescentou que a proposta do vale-alimentação da empresa foi de aumentar de R$ 95 para R$110. “A princípio isso também não trouxe muita satisfação para os trabalhadores”, comentou ele. A reivindicação é para que o aumento chegue a R$ 300 mensais.
O CCBM informou que só se manifestará sobre a reunião por meio de nota posteriormente. A obra foi encomendada ao CCBM por R$ 12,5 bilhões.
Com Agência Brasil