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Forças sírias respeitam cessar fogo; Turquia aciona Otan

Em Damasco, o dia amanheceu ensolarado, mas fresco e calmo. As forças sírias colocaram, nesta quinta-feira (12), em vigor o acordado cessar fogo, segundo o plano do enviado especial da ONU, Kofi Annan. No entanto, a Turquia ameaçou utilizar o fato de ser integrante da Otan para lançar essa aliança bélica contra a Síria.

Ainda que com nuances anti-síria e certa desconfiança, meios ocidentais e árabes reconhecem que não ocorreram incidentes pesados, na manhã desta quinta-feira (12) como relatam supostos ativistas das províncias de Homs, Hama e Idleb.

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O Ministério de Defesa sírio anunciou na quarta-feira (11) que suas forças cessariam, nesta quinta (12), as operações militares, mas esclareceu que as tropas permanecerão em alerta para responder a qualquer ataque ou ação por arte dos grupos armados terroristas, tal como foi informado por Annan à ONU.

O representante das Nações Unidas insistiu na necessidade de que todas as partes cumpram o cessar fogo, com o objetivo de que as pessoas que necessitem possam ser atendidas pela assistência humanitária antes mesmo do início do diálogo.

Annan ressaltou que “o processo político deve ser liberado pelos sírios e devem ser respeitadas as aspirações do povo sírio”.

O importante — enfatizou — “é que os governos da região e do resto do mundo cooperem com a Síria para resolver a crise”, e advertiu que “a posição geopolítica da Síria é tal que qualquer erro de cálculo pode ter consequências inimagináveis”.

Sobre os chamados feitos por alguns governos como os da Arábia Saudita, Catar e Estados Unidos de financiar, armar e equipar a oposição síria, o enviado da ONU considerou que “qualquer militarização será desastrosa”.

“Se todas as partes respeitarem o cessar fogo, poderemos ver melhorias nas condições sobre o terreno”, disse o ex-secretário geral da ONU.

Turquia

No entanto, o primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, avivou o confronto ao invocar o artigo 5º da Otan para que essa aliança militar lance seu poder bélico contra o país vizinho no caso de alguma possível incursão das tropas sírias na fronteira, informou o jornal Today's Zaman.

Observadores turcos citados por essa publicação indicaram que se ocorrer um ataque na demarcação entre Turquia e Síria, os membros da Otan poderão entrar em ação para apoiar seu aliado atacado.

Analistas em Damasco advertem que esse poderia ser o último recurso a ser utilizado, ou seja, forjar uma provocação fronteiriça pelos adversários da Síria diante da impossibilidade de utilizar o Conselho de Segurança da ONU e agora também os grupos armados que estão obrigados a cumprir o plano de Kofi Annan.

Fonte: Prensa Latina
Tradução: Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva