UBM denuncia Presidente da Câmara de Cuiabá de machista e covarde

No documento, 39 entidades condenam a atitude "machista e covarde do vereador", acusado de tentar agredir a esposa, após se exceder no consumo de bebida alcoólica, no fim de semana passado. E acrescentam que, diante do escândalo, o parlamentar "perdeu a condição ética e moral para continuar como presidente do Poder Legislativo Municipal e, até mesmo, a condição de vereador, por quebra de decoro parlamentar".

Janete argumentou que, por mais que a esposa do vereador, Gysele Pinheiro, não tenha representado criminalmente contra ele, ainda assim, Júlio Pinheiro cometeu agressão e pode ser punido pelo Regimento Interno da Casa.

“Para a mulher do vereador ter chamado a Polícia, é porque já deve ter suportado várias situações. Dificilmente, uma mulher denuncia o marido na primeira vez em que é agredida”, declarou a presidente da entidade.

Além disso, Janete afirmou que a sociedade não pode se calar diante das declarações de alguns vereadores, que anunciaram, publicamente, apoio a Júlio Pinheiro.

“É um caso sério e não pode ser abafado. As declarações dos apoiadores de Júlio Pinheiro [casos dos vereadores Edivá Alves, Clovito Hugueney e Marcus Fabrício] foram machistas, com deboche e falta de respeito para com as mulheres. Júlio precisa ser punido para que isso sirva de exemplo a outros homens espancadores”, afirmou.

Janete Carvalho citou uma entrevista, na qual os vereadores Clovito (PTB) e Edivá (PSD) consideraram "normal" a bebedeira do presidente da Câmara e afirmaram que "todo mundo é alcoólatra".

"Isso é inadmissível. A Câmara tem a obrigação moral de punir o presidente. Diante dos absurdos que ouvimos e da falta de punição, a sociedade entende que a lei não funciona para todos. Essa lei (Maria da Penha) precisa ser aplicada", disse ela.

Com relação ao fato de não haver denúncia contra Júlio Pinheiro, Janete explicou que há materialidade de sobra para que ele seja punido pela Casa. Como exemplo, cita o próprio Boletim de Ocorrência, a confissão pública do vereador e a ocorrência policial, já que a Polícia Militar deslocou-se até a residência do casal para conter o político.

Na segunda-feira (9), Júlio Pinheiro deu uma coletiva de imprensa para tentar se explicar. Ele admitiu que se desentendeu com a esposa, mas negou que tenha tentado agredi-la.

Na oportunidade, revelou, publicamente, que é alcoólatra e que teria misturado bebida com remédios controlados, na madrugada de sexta-feira (6).

A reunião da União de Mulheres Brasileiras em Mato Grosso ocorreu no gabinete do vereador petista Lúdio Cabral (PT), que disse ter emprestado o espaço ao movimento.

O vereador está em Brasília e não participou do ato. Nenhum outro vereador quis comentar o fato.

“Mesmo que ele não seja cassado, já que os colegas apoiam suas ações incondicionalmente, o vereador Júlio Pinheiro terá um grande desgaste da imagem pública. Nós, mulheres, não podemos nos calar”, completou Janete Carvalho.

Confira a íntegra da Carta de Repúdio ao vereador Júlio Pinheiro:

PUNIÇÃO RIGOROSA PARA VEREADOR AGRESSOR

• ABHP – Associação Brasileira de Homeopatia Popular
• AME – Associação Matogrossense de Estudantes
• Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica – ABMCJ
• Associação Comunitária de Comunicação Várzea-grandense
• Associação Mato-grossense de Usuários e Familiares e Parceiros da Saúde Mental.
• CEBS/CUIABÁ – Comunidades Eclesiais de Base-Cuiabá
• Centro de Direitos Humanos Burnier.
• Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Biennès
• Centro de Pastoral para Migrantes e Pastoral dos Migrantes
• CENEG-MT – Centro Nacional de Cidadania Negra de Mato Grosso
• CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil/MT
• Comissão da Infância e Juventude da OAB-MT.
• Confederação de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
• Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial – CEPIR-MT.
• Conselho Estadual dos Direitos da Mulher.
• Conselho Indigenista Missionário Regional Mato Grosso
• Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Cuiabá-MT.
• CUT – Central Única dos Trabalhadores
• Escritório de Direitos Humanos da Prelazia de São Félix do Araguaia
• Federação Estadual das APAE’s de Mato Grosso.
• FENADADOS – Federação Nacional dos Trabalhadores (as) em Processamento de Dados
• Fórum de Articulação de Mulheres de Mato Grosso -FAMMT.
• Fórum Direitos Humanos e da Terra
• GEMPO – Grupo de Estudos Educação e Merleau-Ponty
• GPMSE – Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais e Educação
• Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte, UFMT
• GSP – Grupo de Saúde Popular –
• INHURAFE – Instituto Humana Raça Fêmina
• Instituto Caracol
• Instituto Terra Viva
• MAMA – Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia
• Rede Permanente de Assistência ao Recluso e ao Egresso – REPARE-MT.
• REMTEA – Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental
• Sindicato de Defensores Públicos de Mato Grosso- SINDEP.
• UJS – União da Juventude Socialista
• UBM – União Brasileira de Mulheres – secção Mato Grosso
• Consulta Popular
• Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE)
• Comissão Pastoral da Terra (CPT)
• Associação de Defesa dos Direitos do Consumidor (ADDC)
• Grupo de Trabalho dos Movimentos Sociais (GTMS)

Fonte: www.midianews.com.br