Manifestação condena afastamento de presidente do Sindjorce
Com o apoio de três carros de som, jornalistas, gráficos, vigilantes, servidores públicos, motoristas de ônibus, trabalhadores de transporte de valores, dirigentes do movimento de mulheres, e empregados do comércio e serviços do Ceará postaram-se em frente à recepção do Diário do Nordeste, no dia 3 de abril, para protestar contra o afastamento arbitrário da presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro, da redação do jornal.
Publicado 11/04/2012 10:21 | Editado 04/03/2020 16:29
Integrante da lista dos 200 profissionais brasileiros mais premiados de todos os tempos do Portal Jornalistas&Cia, Samira foi “liberada”, de maneira compulsória, em retaliação à matéria publicada no portal do sindicato denunciando a censura dos editais de assembleias por local de trabalho e práticas antissindicais pelos jornais O Povo e Diário.
Representantes de centrais sindicais, confederações, federações nacionais e internacionais, sindicatos de trabalhadores e do movimento popular distribuíram, na porta do jornal, centenas de cópias da Nota de Repúdio subscrita por diversas entidades, entre elas a Federação dos Periodistas da América Latina e do Caribe – FEPALC; FENAJ e sindicatos de jornalistas filiados; Associação Cearense de Imprensa – ACI; CUT e entidades filiadas e Conlutas, em protesto à liberação compulsória da presidente do Sindjorce.
Afastada por mobilizar 70 mulheres para greve
Nas falas de solidariedade dos dirigentes sindicais, feitas em frente à Holding do Grupo Edson Queiroz, em frente à Praça da Imprensa, o repúdio às investidas dos patrões contra a organização dos trabalhadores nos locais de trabalho deu a tônica.
"Fui afastada da Nordeste Segurança por ter mobilizado 70 mulheres para a greve dos trabalhadores em Transporte de Valores”, comparou Wédia de Fátima. Vestida com uma camiseta vermelha da CUT, Wédia, dirigente do SindValores, deu o recado. “Samira não está só”, avisou aos donos do Diário do Nordeste.
Jornalistas da base, funcionários e ex-funcionários do jornal se solidarizaram à presidente na porta da empresa. Ex-presidentes do Sindjorce também enviaram mensagens de solidariedade à Samira. “Somos bons não porque queremos, mas porque acreditamos, estamos convictos e fazemos as coisas acontecerem. Isto incomodorá sempre os supostos poderosos, mas nada melhor que a sensação de satisfação pelo dever cumprido e poder, à noite, encostar a cabeça no travesseiro, sorrir para o companheiro, avaliar todo o seu trajeto, ficar feliz com isso e dormir tranquila. Não esmoreça a luta é árdua, mas a vida é dura apenas para aqueles que são moles”, disse Amaury Candido Bezerra, ex-presidente do Sindjorce
O afastamento da jornalista da redação na qual trabalha desde os 21 anos de idade – período em que conquistou diversos prêmios nacionais de jornalismo -, também provocou protestos na Câmara Municipal de Fortaleza. Com o apoio do Sindicato dos Servidores Municipais de Fortaleza (Sindfort), foram fixados na vidraça do plenário diversos cartazes denunciando os jornais O Povo e Diário por crime contra a organização dos trabalhadores.
Fonte: Sindjorce
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