EUA: protesto exige justiça pelo assassinato de adolescente negro
O assassinato de um adolescente negro por um vigilante voluntário na Florida desencadeou uma onda de protestos nos EUA. As autoridades ainda não prentederam o autor dos disparos, que pode nem sequer ser julgado, o que avoluma a revolta popular.
Publicado 29/03/2012 08:15
Revoltados com a impunidade, dezenas de milhares de cidadãos norte-americanos têm-se manifestado pela imediata detenção de George Zimmerman e pelo apuramento cabal dos fatos.
Em Nova Iorque, Los Angeles, Filadélfia, Miami, Washington, Chicago, Tampa, Nashville, Detroit, São Francisco, Atlanta, Pittsburgh, Houston, Baltimore, Iowa, e claro, Sanford, entre outras cidades, têm-se multiplicado, nos últimos dias, as concentrações e marchas de protesto contra uma justiça complacente para com crimes semelhantes, sobretudo, acusaram os participantes, quando são cometidos contra negros.
Uma petição com cerca de dois milhões de assinaturas vai, entretanto, ser entregue às autoridades exigindo que Zimmerman seja julgado. A decisão sobre se o autor dos disparos é ou não levado tribunal deve ser tomada no próximo dia 10 de Abril.
O pai de Trayvon Martin reclama que seja feita justiça, e acredita que a condenação de Zimmerman pode contribuir para que “outros pais não passem pela morte de um filho nestas circunstâncias”.
Conheça o caso
A morte de Trayvon Martin, de 17 anos, ocorreu a 26 de Fevereiro na cidade de Sanford, nos arredores de Orlando, Estado da Florida. De acordo com testemunhos dos acontecimentos, o jovem estudante do Ensino Secundário foi baleado por um vigilante voluntário à saída de uma cafeteira, justamente quando já se dirigia para casa do pai. Martin transportava consigo chá e alguns doces. Nenhuma arma foi encontrada.
O autor confesso dos disparos, George Zimmerman, alegou que teve uma discussão com Martin e que o adolescente o teria agredido com contundência, argumentação que lhe permitiu afirmar ter agido em legítima defesa e, consequentemente, sair em liberdade.
No Estado da Florida, a lei reconhece o uso letal de arma de fogo em caso de perigo de vida ou ofensa à integridade física que o indicie, e é justamente isso que tem mantido Zimmerman longe do cárcere, justificam as autoridades.
O próprio governador da Florida, Rick Scott, e fontes do Ministério Público local, citados por órgãos de comunicação social, admitem que o caso levanta questões delicadas, nomeadamente quanto à legitimidade do uso de armas de fogo nas circunstâncias descritas, já que a avaliação do perigo potencial para a vida acarreta um elevado grau de subjetividade.
Fonte: Avante!