A noite em que Jorge Ben Jor driblou o guarda-costas de Whitney
Nesta quinta-feira (22), o bossanovista, tropicalista e sambista Jorge Ben Jor completa 70 anos de estrada, ou 67, há controvérsias. Dizem que ele esconde a idade, mas não esconde o jogo e quando canta é pra levantar multidões, por isso despertou a antipatia de Whitney Houston em uma noite de janeiro de 1994.
Publicado 22/03/2012 19:33
Rolava a quinta edição do Hollywood Rock no Estádio do Morumbi. Fernanda Abreu “abriu” a noite. Temperatura já alta foi subindo, Sampa virou Rio 40 graus. Na saideira, Jorge Ben Jor entra e cantam juntos, pra enlouquecer a galera, Eu vou torcer e Salve Jorge.
Aí é que a confusão começa. Todo o público de pé cantando com Jorge. Vem Alcohol, Bumbo da Mangueira e o estádio vira Taj Mahal.
… Não bastasse, Jorge convidou todo mundo pra ir à balada no Engenho de Dentro.
Jorge Maravilha animou a festa por quase duas horas, enquanto a pop star Whitney Houston, no camarim, esbravejava: “tira esse neguinho do palco!”. Ele finalmente saiu, aplausos estrondosos, energia em grau maior. Se a Whitney pudesse, teria chamado o “síndico”, mas o Jorge chamou primeiro.
O público estava em brasa e a lady norte-americana não tinha nada mais quente para apresentar, resolveu esfriar os ânimos. Levou mais de uma hora para subir ao palco com seus efeitos especiais de luzes e sua cantoria pop brega. Nem foi culpa dela, mas da organização do festival, que reuniu alho com bugalho, confundiu estação.
Ah, Jorge, que pena! Mas a vida continua, não é caso de chorar e, sim, de cantar.
E só pra não dizerem que a idade e carreira não foram lembradas nesta matéria de aniversário, segue um Mas que nada legítimo, direto de 1963, ano em que Jorge Ben, ainda sem o Jor da numerologia, lançou o primeiro long play.
Por Christiane Marcondes, de São Paulo