Protógenes protocola CPI para investigar bicheiro e políticos
O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) protocolou na noite desta terça-feira (20) o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com parlamentares. Durante a tarde, ele informou ter conseguido 208 assinaturas, 37 a mais que o mínimo necessário para apresentar o pedido.
Publicado 21/03/2012 11:45
A partir da apresentação do requerimento, os deputados não podem mais mudar de ideia sobre o apoio à CPI. De acordo com o regimento interno da Casa, somente o autor do pedido pode pedir para retirar o documento. Mesmo assim, ele precisa do apoio da maioria dos deputados que assinaram a comissão. Após a verificação das assinaturas, o pedido será encaminhado para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Ele vai analisar o objeto de investigação e determinar a criação. Isso não tem prazo para acontecer.
De acordo com o deputado, é preciso dar uma resposta à sociedade sobre os recentes desdobramentos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, realizada no mês passado. Por conta da investigação, Carlinhos Cachoeira foi preso. E surgiram várias informações sobre sua relação com parlamentares, como o do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e do deputado Rubens Ottoni (PT-GO).
Segundo Protógenes, ex-delegado da PF, as investigações da corporação mostram ligações telefônicas que comprovariam ainda ações de chantagem de Cachoeira contra políticos. Cachoeira espionaria os políticos para, depois, chantageá-los com as informações que obtinha. “O crime organizado não financia o Congresso Nacional”, afirmou.
O objeto da CPI, segundo Protógenes, é apurar essa espionagem política feita pelo bicheiro para tentar obter vantagens dos parlamentares. As investigações da Operação Monte Carlo verificaram uma intensa troca de ligações telefônicas entre o bicheiro e o senador Demóstenes. Cachoeira dera de presente um aparelho Nextel para o senador. O rádio impediria que as conversas entre os dois pudessem ser rastreadas. Rubens Ottoni teria recebido R$100 mil de Cachoeira, e poderia receber outros R$100 mil.
Fonte: Congresso em Foco