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Xeque garante que Síria está aberta à paz; obervadores chegam hoje

A Síria garantiu, nesta segunda-feira (5), à comunidade internacional que permitirá a entrada de observadores no país e aceitou a visita de Valerie Amos, chefe de operações humanitárias da ONU, o que deverá ocorrer nesta quarta-feira (7).

Grande Muftí Ahmad Badreddine Hassoun diz que Primavera Árabe não funciona
na Síria/ Foto: AP- Bassem Tellawi

A China, por sua vez, deve enviar ainda nesta terça-feira (6) o ex-embaixador Li Huaxin à Síria. O país propõe à ONU um plano de seis pontos para a Síria, entre eles, que o Conselho de Segurança se atenha "às normas básicas, governando as relações internacionais".

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O Grande Muftí da República, Ahmad Badreddine Hassoun, em declarações à Prensa Latina, assegurou que “as portas da Síria estão abertas para os que queiram dialogar em paz e buscar vias para fazer que este país, de vasta riqueza cultural, religiosa e histórica, possa ser ainda melhor”.

"Convido que venham todos os que hoje estão fora e se chamam oposição; que apresentem seus programas, que dialoguem e convençam o povo, se me convencerem, então, aconselharei o presidente Assad: Olhe, deixe a presidência, volte à medicina; você é oftalmologista", afirmou Hassoun.

O Múfti de 62 anos é considerado um dos homens mais importantes da Síria, com influência nas negociações de paz e de guerra em seu país e em toda a região do Oriente Médio.

Para Hassoun, a fórmula da chamada primavera árabe que se quer impor na Síria é totalmente diferente do que aconteceu no Egito ou Tunísia.

"Nesses países só houve uma mudança superficial, os sistemas, os exércitos, as políticas, as relações… tudo permaneceu igual; em troca, na Síria querem destruir tudo: o regime político, a ordem social, a harmonia religiosa, a estrutura militar, tudo", advertiu.

Hassoun comentou que a Síria é um estado laico, onde há um presidente alauita, mas o ministro de Defesa é cristão, o de Segurança Interior é sunita e há muitos mais desta fé, e também há ateus: "esta imagem harmoniosa não agrada fora da Síria, por isso lhe declaram a guerra. E quem se opõe, matam-no; rejeitam o diálogo porque não têm argumentos convincentes".

E denuncia que os Estados Unidos e a Europa “não querem que tenhamos identidade própria, mas que sejamos um vassalo de seus interesses”. E acrescentou: "eles olham tudo sob um prisma econômico, em seu predomínio e não no bem do ser humano", disse fazendo referência a que por trás da crise síria está as potências ocidentais apoiando aos opositores armados com o fim de satisfazer seus próprios interesses e propósitos.

No entanto, ele considerou que “os Estados Unidos perderão logo o poder sobre esta região e prevalecerá a influência da China e Rússia".

Por fim, expressou sua esperança de que não se estabeleçam partidos sobre uma base religiosa "porque estes dividem o povo; enquanto as organizações laicas unem. Quero uma democracia para todo meu povo, sejam muçulmanos, cristãos, judeus ou ateus. Apoiamos a diversidade confessional e religiosa", afirmou.

À pergunta sobre o que diria se tivesse diante de uma multidão de muçulmanos, cristãos, judeus, ateus, o xeque Hassoun respondeu com singeleza: "amem-se, vivam em paz sob a harmonia de Deus".

Com informações da Prensa Latina