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Sarkozy é vaiado em território basco sob domínio francês

O presidente francês Nicolas Sarkozy, candidato do direitista UMP à reeleição, fez na quinta-feira (1º/3) uma visita aos territórios ocupados do Norte do País Basco, começando por visitar uma exploração agrícola em Itsasu.

A Polícia francesa tomou a pequena localidade desde o início da manhã, mas tal não impediu que dezenas de pessoas tenham respondido ao apelo feito pelo movimento juvenil para que ali se protestasse contra a visita do chefe de Estado francês, já em campanha eleitoral.

O protesto, ao qual se juntou a coligação EHBai, contou também com a presença de agricultores e activistas contra o TGV. A Polícia deteve pelo menos três pessoas para as identificar.

Em declarações à mídia, Sarkozy referiu-se ao conflito político para se congratular com a convergência de pontos de vista entre Paris e Madri. Afirmou que segue "com muito interesse" o processo político que foi possível abrir graças à "firmeza contra os assassinos [em referência aos militantes da ETA] e à mão estendida a certas reivindicações politicas".

Questionado por um jornalista francês sobre a situação dos presos políticos, considerou que a sua aproximação é "desejável". Sobre a criação de uma coletividade territorial, disse que, se os eleitos locais estiverem de acordo, ele também estará.

Confusão e carga em Baiona

Depois da visita a Itsasu, Sarkozy foi até Baiona, onde chegou pouco antes das 16h. Era aguardado por cerca de mil pessoas nas ruas do centro, e foi recebido com vaias e assobios e uma enorme confusão, enquanto os seus partidários procuravam silenciar os protestos fazendo ouvir "Nicolas, presidente".

Militantes abertzales, partidários de François Hollande, membros do movimento Bizi!, jovens… uniram-se contra a visita do candidato da direita.

Sarkozy refugiou-se no bar Palais, na Rue d'Espagne, onde manteve um encontro com alguns comerciantes. As forças de segurança atacaram para desobstruir a zona e proteger a saída do mandatário francês, tendo havido momentos de tensão, pois os policiais abriram caminho a golpe de cacetete, algo que foi respondido com pedras atiradas pelos manifestantes.

Por volta das 17h15, Sarkozy meteu-se num carro e foi-se embora, no meio de assobios e aplausos, depois de lamentar que militantes do PS "tenham se aliado aos independentistas bascos" para lhe dar uma recepção daquelas.

O coordenador da UMP no Departamento dos Pirineus Atlânticos e candidato por Biarritz, Max Brisson, também se mostrou "muito irritado" por causa do que se passou e insurgiu-se contra os militantes do PS por participarem no protesto.

Fonte: blogue da Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH), do original no jornal Gara