Dilma condena uso da máquina pública durante eleição
A presidente Dilma Rousseff avisou, durante reunião com ministros, líderes e presidentes dos partidos aliados, hoje (14), que o governo não vai se meter nas eleições municipais de outubro e que não aceitará o uso da máquina pública para campanha de quem quer que seja.
Publicado 14/02/2012 19:41
Segundo deputados e senadores que participaram do encontro, Dilma também avisou ao vice-presidente, Michel Temer, que ela, pessoalmente, deve se afastar das disputas. A posição foi tomada após conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para evitar problemas com partidos da base aliada.
"O governo não quer se meter e nem vai aceitar o uso da máquina nas eleições", resumiu o líder do PT, Jilmar Tatto (SP). "Ela deu o recado de que as eleições não podem dividir a base aliada e que não permitirá que a base seja usada para beneficiar qualquer partido", explicou o ex-ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi.
A principal preocupação do presidente Lula é que a disputa de São Paulo influencie na aliança nacional entre PT e PMDB. Na capital do Estado, os dois partidos contam com candidatos considerados fortes: Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB).
Ainda no encontro, durante a manhã, a presidente fez questão de bater na tecla da importância da gestão em serviços públicos e, utilizando a expressão "o olho do dono que engorda o gado" disse que fará viagens pelo país fiscalizando obras.
Aproximação com bancadas
A presidente também avisou que pretende fazer, a partir do mês que vem, encontros separados com as bancadas partidárias. A ideia é fazer uma aproximação de todos os deputados e senadores, não só dos líderes, para facilitar a aprovação de projetos considerados essenciais, como o Código Florestal, Lei Geral da Copa e a proposta que cria o fundo de previdência complementar do servidor público.
Crise da Segurança
Durante a reunião, a presidente foi questionada sobre a possibilidade de votação da emenda constitucional que cria um piso salarial para policiais e bombeiros de todo o país. Um deputado chegou até a perguntar sobre a possibilidade de criação de um Ministério da Segurança. Dilma negou essa possibilidade. Segundo participantes, a presidente afirmou que a questão dos salários dos policiais e bombeiros deve ser tratada em uma conversa com os governadores.
Com Folha Online