Lucia Antony quer discutir educação especial em Manaus
A vereadora Lucia Antony (PCdoB) vai apresentar requerimento solicitando a realização de uma audiência pública para discutir o funcionamento da escola André Araújo, localizada na rua da Penetração, no Parque 10, Zona Centro-Sul, e a educação especial em Manaus, de modo geral. A decisão da parlamentar foi tomada em virtude das graves denúncias feitas por pais de alunos de que a unidade de ensino estaria sendo usada para fins não educacionais, incluindo rituais que incitam o preconceito religioso.
Publicado 09/02/2012 16:09 | Editado 04/03/2020 16:11
Ontem (09/02), Lucia Antony esteve na escola André Araújo junto com uma comitiva da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Manaus (CMM) para apurar as denúncias. De acordo com a parlamentar, a direção da escola confirmou que o local vinha sendo usado por uma igreja, e que a mesma teria queimado uma cruz com o nome dos inimigos da denominação evangélica. “Eles afirmaram que medidas já foram tomadas para evitar a repetição do ocorrido, inclusive, a demissão do ex-diretor do local”, salientou a líder do PCdoB no Legislativo Municipal.
Falta material didático
A vereadora Lucia Antony constatou também que, além do desvio de função, falta material didático e profissionais capacitados para atuar na escola André Araújo, responsável pela educação de alunos portadores de necessidades especiais. “Vimos que no local há apenas 15 copos para 500 alunos, além de um caderno pequeno, dois lápis, uma borracha e um apontador. Falta material didático para a escola”, frisou a parlamentar, ressaltando que é necessário construir uma nova unidade para alunos com necessidades especiais entre as zonas Norte e Leste.
Descaso das autoridades
Segundo Lucia Antony, a denúncia do uso da escola André Araújo por parte de grupos religiosos para queimar símbolos de outras crenças já havia sido levada ao conhecimento do secretário Municipal de Educação (Semed), Mauro Lippi, no ano passado. Contudo, até o momento, apesar da gravidade da denúncia, nenhuma resposta foi dada pelo secretário.
Devido a inércia do titular da Semed diante do ocorrido, a parlamentar decidiu levar a questão para o Legislativo Municipal, solicitando por meio de requerimento, uma ação concreta da Comissão de Educação para averiguar in locoas reclamações dos pais dos alunos.