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EUA cortarão 100 mil soldados do Exército e fuzileiros navais

 Os Estados Unidos reduzirão nos próximos cinco anos em 13% o contingente do Exército e em 9% o do Corpo de Infantaria da Marinha, o que totalizará cerca de 100 mil soldados, anunciou o chefe do Pentágono, Leon Panetta, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26).

Os cortes se adaptam ao plano de redução do orçamento que será aplicado pelo Pentágono (Departamento de Defesa dos EUA) para cumprir com a redução de aproximadamente 406 bilhões de dólares em suas despesas projetadas para a próxima década.

O Pentágono calcula que, no ano fiscal de 2013, será preciso uma dotação de 613,4 bilhões de dólares, dos quais 88,4 bilhões serão para a guerra no Afeganistão, disse Panetta.

A solicitação de recursos para o período fiscal que começa no dia 1º de setembro representa uma diminuição aproximada de 9% em relação ao orçamento do período fiscal 2012 em curso.

"Identificamos áreas onde podemos economizar cerca de 60 bilhões de dólares nos próximos anos com a melhora dos procedimentos internos, da administração de contratos e da operação de instalações", acrescentou.

Uma redução substancial nos gastos militares provirá da diminuição dos contingentes de tropas, assinalou Panetta, que indicou que o Exército passará dos atuais 565 mil soldados para 490 mil em 2017.

O Corpo de Infantaria da Marinha, que tem atualmente 201 mil soldados, passará a ter cerca de 182 mil dentro de cinco anos.

A redução do número de tropas, disse ele, também tornará desnecessária a existência de algumas das bases militares que os Estados Unidos possuem atualmente em seu próprio território.

Na escolha de suas prioridades, o Pentágono dará mais ênfase ao Oriente Médio e ao Leste da Ásia, o que, segundo Panetta, requer a manutenção da atual frota de aviões bombardeiros e o fortalecimento da capacidade da Força Aérea para a penetração de "áreas inimigas".

Também será mantida a atual frota de 11 porta-aviões com sua dezena de flotilhas de aviões, e se aumentará a frota de submarinos.

O orçamento para o período fiscal 2013 e as projeções de recursos necessários para os anos seguintes foca na manutenção de uma "força sustentada do Exército e da Infantaria da Marinha no Pacífico, a manutenção de uma estação avançada para navios de combate costeiro em Cingapura e uma para navios de patrulha no Bahrein".

Panetta informou ainda que o Pentágono reduzirá as despesas em programas que "passam por problemas de cumprimento com seu cronograma, de custos e de desempenho".

Entre eles, o Pentágono "mantém seu compromisso" com a construção de um avião de ataque elaborado para ser usado pelo Exército, Marinha ou Aeronáutica.

Também se reduzirá a despesa de um veículo de combate em terra para o Exército e de um sistema de sensores para a defesa contra mísseis de cruzeiro, este último "devido a preocupações pelo custo do programa e sua mobilidade para as operações".

A redução no orçamento militar dos Estados Unidos, contudo, não significa o abandono ou o arrefecimento da política belicista de Washington. No discurso em que anunciou os cortes, o próprio Barack Obama declarou que não abriria mão da supremacia militar norte-americana. A ideia é que a redução do número de soldados seja compensada por ações de inteligência, uso de forças especiais, secretas, treinadas para ataques pontuais e fulminantes.

Além do mais, Obama deverá confirmar uma tendência já em curso de utilização de recursos tecnológicos, com atentados e sabotagens, espionagem e uso de robôs e veículos não tripulados.

Com Opera Mundi