Sem categoria

Chefe da Liga Árabe teme guerra civil na Síria

O chefe da Liga Árabe (LA), Nabil El-Arabi, expressou novamente nesta sexta (13) temores de que a crise síria termine levando a uma guerra civil, mas apostou no envio de mais observadores, apesar de admitir sua ineficácia para frear a violência.

"Sim, temo uma guerra civil e os acontecimentos que vemos e escutamos agora poderiam conduzir a uma guerra civil. Qualquer problema na Síria terá consequências para os Estados vizinhos", sublinhou El-Arabi ao canal televisivo egípcio Al-Hayat.

O secretário geral reiterou sua preocupação porque a missão de monitoramento na Síria não avança tal como se esperava, disse estar convencido de que o ritmo de mortes violentas diminuiu depois da chegada àquele país dos observadores em 26 de dezembro.

Ao insistir nos mesmos critérios expostos nesta semana perante o Conselho de Ministros da Liga Árabe (LA), o diplomata de nacionalidade egípcia descreveu como "preocupantes" os relatórios do que ocorre em cidades sírias, incluída Damasco, a capital.

A missão de observadores tem como objetivo verificar se o governo do presidente Bashar Al-Assad está acatando um plano apresentado pela LA que ele aceitou no dia 2 de novembro para frear os confrontos, libertar presos, convocar ao diálogo e retirar a forças militares das cidades.

O governo de Damasco empreendeu essas e outras medidas para propiciar a reconciliação nacional, mas denuncia uma agressiva ofensiva diplomática, política e midiática de países árabes alinhados às pressões dos Estados Unidos, seus aliados europeus e a Turquia.

As declarações de El-Arabi vieram em um momento de declínio da efetividade e da credibilidade da missão de observadores, que no domingo apresentou um relatório preliminar viciado e omitindo críticas às ações de grupos terroristas financiados a partir do exterior.

Além disso, o órgão pan-árabe atribuiu a seguidores de Al-Assad o ataque do começo dessa semana contra 11 supervisores na localidade portuária de Lattakia, e ontem sofreu as primeiras duas deserções entre os 165 alí enviados.

Uma vez que a violência dos últimos dias levou a congelar temporariamente a análise sobre ampliar, manter, reduzir ou retirar a equipe de observadores, El-Arabi defendeu hoje incrementar o número de especialistas árabes, apontou uma fonte diplomática no Cairo.

O chefe do centro de operações da missão árabe na Síria, Adnan Khoudeir, confirmou que um observador argelino e outro sudanês se negaram a continuar nessa missão depois do dia 19 de janeiro.

Na cabeça da ofensiva anti-síria na LA, o premiê e primeiro ministro do Catar, xeique Hamad bin Jassim Al-Thani, caracterizou como "improvável" uma saída positiva ao trabalho de monitoramento. "Francamente falando, não pude ver até agora uma missão exitosa", afirmou.

Pouco antes, o enviado especial da China para o Oriente Médio, Wu Sike, recusou a internacionalização da crise síria e respaldou à missão observadora.

Fonte: Prensa Latina