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Filha de Allende: "Capítulo do dia do golpe ainda não acabou"

A senadora socialista do Chile Isabel Allende, filha do ex-presidente Salvador Allende, declarou nesta sexta-feira (30) que, apesar da Justiça ter encerrado a investigação sobre a morte de seu pai, o capítulo sobre o que ocorreu no dia do golpe militar chileno "não se fecha".

"O capítulo de La Moneda [sede da Presidência do Chile] não se fecha, e por isso o ministro faz muito bem em transferir todos os registros que têm nexos com o que ocorreu em La Moneda, onde até o dia de hoje temos detidos desaparecidos", disse.

Sobre o processo que confirmou que Allende se suicidou no dia do golpe, 11 de setembro de 1973, ela afirmou que, "com isso, deve-se encerrar esse capítulo no referente exclusivamente à circunstância da morte de meu pai".

O corpo do ex-mandatário chileno foi exumado em 23 de maio deste ano e transportado para o Serviço Médico Legal, onde uma equipe interacional descartou a hipótese levantada por grupos de defesa dos direitos humanos sobre um possível assassinato.

"Estamos totalmente tranquilos, [a hipótese de assassinato] é uma convicção que tínhamos, mas como sempre dissemos, uma coisa é nossa convicção pessoal, outra coisa é o que cientificamente fica determinado", observou a parlamentar.

A revisão das circunstâncias da morte de Allende terminou em 19 de julho, quando o juiz responsável pelo caso, Mario Carroza, recebeu o resultado da análise, que concluiu que a causa da morte foi por uma "lesão perfurante da cabeça por projétil de arma de fogo de alta velocidade em contato", o que, na medicina legal, condiz com suicídio.

Com informações da Ansalatina