EUA e Israel avaliam ataque "preventivo" contra Irã
Os Estados Unidos e Israel intensificaram no último mês os contatos bilaterais sobre o programa nuclear iraniano e hoje consideram a possibilidade de um ataque preventivo contra as instalações atômicas daquele país.
Publicado 28/12/2011 16:32
Washington procura convencer Telavive de que lançará um ataque militar contra Irã, caso este cruzar "certas linhas vermelhas", em referência a um suposto "desenvolvimento de armas nucleares", destacou o blog estadounidense The Daily Beast, pertencente à revista Newsweek.
Analistas políticos acreditam que um ataque militar contra o país persa seria justificado se houver a expulsão dos inspetores internacionais de armas nucleares, se iniciar o enriquecimento de urânio acima de 90%, ou instalar centrifugadoras avançadas em sua principal planta de processamento em Qom.
"O progresso nas novas instalações seria um fator importante na hora de avaliar nossa decisão de usar a força", afirmou Mateo Kroenig, quem trabalhou como assessor especial sobre o Irã no Penatágono, de julho de 2010 a julho de 2011.
Segundo a publicação, o primeiro ministro israelense irritou-se com os Estados Unidos depois que o secretário de Defesa, Leon Panetta, informou os israelenses que não arcaria com os custos de um ataque e colocou essa opçõa para resolver a questão em último lugar.
Anteriormente, Panetta procurou fazer com que a administração Obama intensificasse as conversas com as autoridades israelenses sobre o tema nuclear iraniano, destacou a publicação.
O próprio Panetta, tratando de acalmar os ânimos, tratou de retificar sua posição e afirmou na semana passada à CBS News que Washington estava "disposto a usar a força" contra o Irã para "evitar que construa a arma nuclear".
Por outra parte, o ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, visitou Washington na semana passada para conversar sobre a possibilidade de um ataque.
A viagem foi correspondida pelo subsecretario de Estado para Assuntos Políticos, Sherman Wendy, e um assessor de controle de armas especiais desse departamento, que viajaram para Telavive há alguns dias para abordar a problemática.
"Os israelenses sentem uma profunda desconfiança do presidente Obama e sua postura sobre o Irã, que segue sendo um fator de complicação", comentou a fonte.
Obama pisa em ovos quando se trata de abordar o tema, preocupado com as eleições presidenciais de 2021, suas intenções por reeleger-se e a posição dos republicanos, que tratam de cortejar o poderoso lobby judeu, o que pode resultar decisivo na eleição de um presidente estadunidense.
Obama busca ganhar tempo ao pressionar Teerã a desistir de desenvover seu programa nuclear com fins pacíficos.
"Por outro lado, tenta acalmar o satélite de Washington na região, que poderia incendiar o Oriente Médio", estimou o jornal.
Fonte: Prensa Latina