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Ocidente intensifica campanha midiática e política contra a Síria

Em meio à intensificação da hostilidade midiática e política, a Síria recebeu nesta quinta-feira (22) o primeiro grupo de observadores da liga Árabe (LA), cujo trabalho o Governo espera que seja objetivo e retrate de fato a realidade dos acontecimentos no país.

Cerca de 100 a 150 inspetores que visitarão a Síria durante um mês, segundo o acordo assinado entre Damasco e a Liga Árabe, e serão chefiados por Samir Saif Yazal, assistente do secretário-geral da Liga, Nabil Arabi.

Esta primeira equipe é integrada por especialistas em segurança e em assuntos legais e administrativos, segundo anunciou no Cairo Ahmed bin Helli, subsecretário geral da LA.

Na terça-feira, o organismo regional composto por 21 Estados, já que a Síria está suspensa por enquanto, designou o oficial sudanês Mohammed Ahmed Mostafa Dabi como chefe da missão de observação.

Helli disse que Dabi viajará ao Egito para se reunir com Arabi e receber instruções antes de seguir para a Síria.

O vice-secretário manifestou esperança de que a missão "ajude a implementar" a iniciativa árabe para uma saída da crise síria sem interferência internacional.

Depois da assinatura do acordo na segunda-feira (18), o chanceler sírio, Walid Moallen, expressou seu desejo de que a Liga Árabe e sua missão observadora realmente ajudem a resolver a crise, e não gire sobre ela como um pesado ônus.

A Síria aceitou assinar o protocolo depois de assegurar-se de que o projeto de observação não transgrediria sua soberania.

"Os observadores terão liberdade para ir onde queiram, e o Governo apenas os informará se uma área é segura ou não, "é decisão deles se quiserem correr um risco", disse o ministro, destacando ainda que a Síria garantirá a segurança dos visitantes.

A solução do problema de segurança no país depende do fim dos atos violentos perpetrados por grupos armados terroristas, como assassinatos, sequestros e sabotagens, enquanto os assuntos políticos se resolverão mediante o diálogo nacional com todas as partes que não se submetam a uma agenda estrangeira, insistiu Moallen.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos acusam Damasco de "violação" dos acordos com a Liga Árabe, enquanto a França "denuncia" o governo de Bashar al-Assad de "cometer um massacre em Idleb e Homs".

As duas províncias são marcadas pela maior intensidade da ação dos bandos armados, que integram inclusive, segundo recentes confirmações, mercenários estrangeiros da rede Al-Qaida e da jihad salafista, trazidos para trabalharem em conluio com os extremistas sírios da Irmandade Muçulmana, treinados principalmente na Turquia e no norte do Líbano.

O ministro libanês de Defesa, Fayez Ghusun, deu auxílio às operações clandestinas no sentido de permitir a infiltração na Síria, através de postos fronteiriços, de armas e mercenários da Al-Qaida procedentes de países da região, como se pertencessem à oposição síria.

Desde a terça-feira, em um dia após a assinatura do protocolo, a mídia ocidental e árabe aumentou a ofensiva midiática contra a Síria, a princípio com informações às vezes contraditórias, mas já hoje todos os meios de comunicação já transmitem algo que repetem um roteiro único.

Os mais incisivos são os serviços catariano e saudita, a Al-Jazira e a Al Arabiya, respectivamente, seguidos pelas emissoras ocidentais BBC World News, BBC Arabic, France 24, a Voz da América e outros.

Depois de exibirem um número de mortos, às vezes bem mais altos, agora todas coincidem em dar a "informação" de que teriam morrido de 200 a 250 pessoas em Idleb e Homs, citando como fontes "ativistas de direitos humanos", estabelecidos em Londres.

A al-Jazira aceitou, entretando, noticiar que as forças sírias têm inflingido certeiros golpes aos grupos armados em Idleb e Homs, e que os grupos da oposição no exterior estão divididos, descoordenados e sem liderança.

Diante dessa realidade, agora os meios ressaltam uma "nova organização", criada há alguns dias na França e que tem como líder um ex-diplomata sírio, que foi expulso por corrupção do serviço exterior de Damasco em 2010.

Por outro lado, a chanceler da China e seu coléga da Rússia, Yang Jiechi e Sergei Lavrov, respectivamente, reafirmaram sua posição comum de que a situação na Síria deve ser resolvida sem interferência estrangeira.

Com informações da Prensa Latina