Veto em cúpula europeia provoca crise no governo britânico
Uma crise política sacode o governo do Reino Unido, depois das críticas do vice-primeiro ministro, o liberal Nick Clegg, ao premiê, David Cameron, que defendeu seu apoio ao veto britânico na recém finalizada cúpula europeia.
Publicado 14/12/2011 18:30
O político liberal-democrata disse que Londres quer restabelecer as boas relações com a União Europeia (UE) e permanecer no coração do mercado único.
O Reino Unido está decidido a restabelecer os vínculos com os sócios europeus, voltar à primeira linha e assegurar-se de que a permanência de nosso interesse econômico no mercado comum da UE se veja satisfeita nos próximos meses, afirmou Clegg ao dizer que fala em nome de todo o Governo.
Desde sábado (10), Clegg expressou sua decepção pela atitude de Cameron de vetar a reforma ao Tratado de Lisboa, como propunha o plano franco-alemão delineado para supostamente fazer a "consolidação fiscal", que os neoliberais acreditam ser capaz de fazer frente à crise da dívida soberana na Zona Euro.
Diante da proposta de Paris e Berlim, Cameron exigiu na cúpula comunitária que antes de assinar a refundação europeia tivesse salvaguardas para seu sistema financeiro, em uma ação que irritou os demais membros do bloco e determinou o isolamento britânico na reunião de Bruxelas.
Enquanto o capital financeiro britânico acolheu Cameron como um herói, a atitude de Londres considerada "rebelde e antieuropeia" consternou a oposição trabalhista e os liberal-democratas, que temem uma diminuição do papel geopolítico de um Reino Unido à margem da UE.
Nesta terça-feira, Cameron aprovou uma moção parlamentar que elogiava a postura protecionista britânica na cúpula de Bruxelas, apesar da abstenção de 57 deputados liderados por Nick Clegg e 200 votos contra, insuficientes frente aos 278 a favor.
Além disso, nesta quarta-feira, Cameron, em uma tentativa de calar rumores de fissuras na coalizão governamental, reafirmou sua posição anticomunitária diante dos apelos de líderes opositores a renegociar um "novo tratado" da UE.
"Não me desculpo por defender o Reino Unido", disse o chefe de Gabinete, que, ao sustentar a determinação de recusar um acordo destinado a salvar o euro na última reunião do bloco regional, reavivou a acalorada polêmica com seus rivais pró-europeus.
Com informações da Prensa Latina