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Congresso do PC Cubano quer atualizar modelos econômico e social

A busca de fórmulas e procedimentos efetivos para conseguir a atualização do modelo econômico e social de Cuba centrou esforços dos comunistas e do povo em geral do país durante 2011.Durante o encerramento do VI Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), celebrado de 16 a 19 de abril passado, o chefe de Estado, também primeiro secretário da organização, Raúl Castro, considerou que a necessária meta se conseguirá gradualmente em decorrência do quinquênio.

Raúl Castro recomendou ordem, disciplina e exigência na hora de empreender e impulsionar ações futuras como denominador comum no empenho de seus compatriotas.

“É muito trabalho de detalhe, planejamento e coordenação no plano jurídico e na preparação minuciosa de todos os que intervenham na execução prática para conseguir os objetivos propostos”, manifestou.

Ele  chamou para o desenvolvimento de “um intenso trabalho de divulgação junto à população sobre cada medida adotada e manter os pés e ouvidos bem atentos e colados à terra para superar os obstáculos que se encontrem e retificar rapidamente as falhas”.

“Não deixaremos de fazer as mudanças que sejam necessárias, as efetuaremos no ritmo que demandem as circunstâncias objetivas e sempre com o apoio e entendimento da cidadania, sem pôr nunca em risco nossa arma mais poderosa: a unidade da nação em torno da Revolução e seus programas”, argumentou.

Avançaremos, enfatizou, com decisão apesar do bloqueio econômico dos Estados Unidos contra a ilha e as adversas condições imperantes no mercado internacional, expressas nas restrições para o acesso de Cuba a fontes de financiamento e ao espiral dos preços do petróleo.

Durante o evento, os delegados discutiram e aprovaram o Relatório Central do encontro, apresentado por Raúl Castro na inauguração, e cujo conteúdo consideraram como uma avaliação objetiva do momento crucial que vive o país.

Esse texto, reconheceram, avalia com realismo, concisão e retidão as tarefas ao povo cubano em meio aos perigos e dificuldades impostos pela complexa situação internacional.

Paralelamente não se descuidarão em nenhum instante dos pilares que garantem a soberania e independência da ilha caribenha: a unidade do povo e sua permanente disposição a defender a qualquer preço o socialismo.

Resistência

O documento ratifica que Cuba continuará se defendendo das agressões dos Estados Unidos e reitera a disposição ao diálogo baseado no respeito mútuo e a não ingerência nos assuntos internos de cada país.

Destaca que a administração estadunidense não desiste de seus planos de destruir a Revolução, e atualmente financia variados projetos para subverter sua ordem.

“A política de Washington para Cuba carece de credibilidade e sustentação moral, e para tratar de justificá-la esgrimem-se pretextos incríveis, que ao se tornarem obsoletos, vão mudando segundo sua conveniência”, disse Raúl Castro.

Antiterroristas

Ele lembrou que o governo estadunidense não deixou de amparar ou proteger conhecidos terroristas, enquanto prolonga o sofrimento de cinco lutadores cubanos contra esse flagelo: Gerardo Hernández, Ramón Labañino, René González, Antonio Guerrero e Fernando González.

Sustentou também que diante dessa conjuntura a nação caribenha manterá de maneira permanente a prioridade à defesa seguindo as instruções do líder da Revolução, Fidel Castro, que esteve no encerramento do Congresso.

Segundo ele, as Forças Armadas Revolucionárias deverão continuar seu permanente aperfeiçoamento e preservar diante da sociedade a autoridade e prestígio conquistados por sua disciplina e ordem na defesa do povo e o socialismo.

Política Econômica e Social do Partido

Em cinco comissões e plenária discutiu-se o Projeto de Alinhamentos da Política Econômica e Social do Partido e a Revolução, que recebeu o visto bom depois de ampla consulta popular.

O VI Congresso também orientou o Governo a criar uma Comissão Permanente para a Implementação e Desenvolvimento de alinhamentos, sem desprezo das funções dos organismos da Administração Central do Estado.

O Comitê Central ficou encarregado de repassar as recomendações ao Parlamento para aperfeiçoar os órgãos do Poder Popular, o sistema eleitoral e a divisão político-administrativa.

Segundo a resolução a respeito, a experiência acumulada em mais de 35 anos do sistema de órgãos do Poder Popular aconselha avaliar nas atuais circunstâncias e em perspectiva sua organização e funcionamento.

O VI Congresso recomendou ao Parlamento, Governo e organismos correspondentes que elaborem e aprovem as normas jurídicas necessárias para criar a base legal e institucional que respalde as modificações funcionais, estruturais e econômicas.

Igualmente, facultou ao PCC a responsabilidade de controlar, impulsionar e exigir o cumprimento dos alinhamentos aprovados, o que pressupõe elevar a cultura econômica de seus quadros de direção e militantes a todos os níveis.

Antes do encerramento do evento, o novo Comitê Central, de 115 integrantes, deles 48 mulheres e 36 negros e mestiços, elegeu Raúl Castro e José Ramón Machado Ventura como seu primeiro e segundo secretário, respectivamente.

Agradecimento

No Birô Político, de 24 membros anteriormente, tem agora 15, Raúl Castro expressou, no encerramento do evento, gratidão aos atuais países socialistas por sua invariável cooperação e apoio em todos estes anos de duras batalhas e sacrifícios.

“Os povos irmãos do Terceiro Mundo, em especial os da América Latina e Caribe, que se esforçam para transformar a herança de séculos de dominação colonial sabem que sempre contarão com nossa solidariedade e apoio”, reafirmou.

Enviou uma calorosa saudação fraternal aos partidos comunistas e demais forças progressistas de todo o planeta, "que lutam sem cessar, partindo da firme convicção de que um mundo melhor é possível".

Por sua vez, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, saudou fortalecimento da Revolução cubana com este congresso e destacou em uma mensagem lida aos delegados que "nossos olhos e ouvidos estão com vocês em todas as discussões".

Suas conclusões, declarou, serão material de estudo para os revolucionários não só da Venezuela, mas de nossa América e de toda a imensa pátria que se chama humanidade.

Desde setembro começou um novo processo de discussão no âmbito da base do PCC, que terminará com sua I Conferência Nacional no final de janeiro próximo e contribuirá com novas ideias para continuar fortalecendo o caráter socialista de Cuba.

Fonte: Prensa Latina