Metas para Educação vão aumentar, diz Haddad durante 39º Conubes
O ministro da Educação, Fernando Haddad, lembrou que a presidente Dilma cumpriu sua promessa de campanha ao enviar um projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) com 7% do Produto Interno Bruto (PIB) como meta de investimento na área. Para ele, o país avança ano a ano nos investimentos e é uma questão de tempo para que as metas aumentem. As declarações foram dadas sábado (3), no 39º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), o Conubes.
Publicado 07/12/2011 16:58
O 39º Conubes aconteceu entre quinta-feira (1º) e domingo (4), em São Paulo (SP). Antes de deixar o evento, que reuniu cerca de 5 mil secundaristas de todo país, Haddad falou rapidamente com os estudantes. Entre os assuntos, o projeto de lei que determina o Plano Nacional de Educação (PNE), cujo texto foi lido, ontem (6), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
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“O Congresso é quem vai dar a palavra final. Mandamos um PL com a promessa de campanha da presidente Dilma, que honrou sua palavra. Mas evoluímos muito em financiamento. O orçamento do MEC (Ministério da Educação) quase quadruplicou nos últimos oito anos. Saímos de menos de R$ 20 bilhões e vamos ter mais de R$ 80 bilhões em 2012. Ou seja, tínhamos menos de 4% e estamos superando 5% com folga já. Então, a evolução vai continuar porque o Brasil não vai mais abandonar a agenda da Educação. Agora, o ritmo vai ser determinado pelo Congresso”, declarou Fernando Haddad.
Questionado sobre qual seria sua principal bandeira de luta se fosse estudante, hoje em dia, Fernando Haddad falou que seria o fim do vestibular. Durante sua gestão no Ministério da Educação, tem defendido alternativas ao vestibular, sistema de seleção para ingressar em faculdades e universidades no país, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Com relação ao PNE, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, também presente no ato da Ubes, falou das dificuldades de se aprovar o PNE neste final do ano, frisando ser essencial a mobilização dos estudantes e de toda a sociedade.
“Não vai ser fácil. É uma luta para que esse PNE seja votado, uma exigência dos estudantes e do povo. A educação é fundamental para o desenvolvimento do país. Não se pode separar a Educação do desenvolvimento do país. Por isso, os estudantes têm que se mobilizar, lutar, pressionar pois é assim que as grandes mudanças se dão e as transformações acontecem”, afirmou Renato Rabelo.
O presidente do partido falou também sobre a iniciativa dos estudantes, de ocupar o planalto central, em Brasília. “Eu acho que essa proposta de fazer essas ocupações no centro político do país é importante. A juventude tem uma capacidade grande de mobilizar e deve exercê-la como força de pressão. Quem ganha com isso é o Brasil, é o desenvolvimento nacional , que é o que a gente precisa. E para isso o povo precisa ser instruído, formado”, disse.
Renato Rabelo também falou dos recursos do pré-sal. Para ele, devem contemplar duas questões: financiar a base material da sociedade, ou seja, inovação tecnológica; e a outra Educação, para a formação do povo. “Um povo bem formado, instruído, com uma base material moderna, transforma o país em uma grande nação”, concluiu o presidente da legenda.
Ocupe Brasília
Os estudantes acampados em Brasília, desde a segunda-feira (6), saíram do 39º Conubes, que aconteceu em São Paulo (SP). Da terra da garoa para a capital federal, cerca de 300 jovens deixaram de voltar para seus estados de origem para ingressar na mobilização pela aprovação de projetos importantes para o segmento, como o da meia-entrada e o que determina o investimento e diretrizes para o PNE nos próximos 10 anos.
“O estudante brasileiro é um dos que menos é exposto à Educação e Cultura. É o que menos tempo passa na sala de aula e o que menos frequenta cinema, teatro e outras atividades culturais, que enriquecem o conhecimento. E nós (estudantes) não estamos satisfeitos com isso. Por isso, me alistei para o Ocupe Brasília”, falou Alisson Ricardo dos Reis, 19 anos, do Centro de Ensino Médio Santa Rita de Cássia, no Tocantins, participante do Conubes.
Jeferson Pataxó, 21, é descendente direto de índios. Mora na aldeia de Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz Cabrália, região onde foi realizada a primeira missa no Brasil, vizinho de Porto Seguro (BA). Atualmente, cerca de seis mil famílias vivem no município. Jeferson ingressou neste ano no movimento estudantil e já se prepara para uma missão: de montar grêmios estudantis nas escolas da região.
“Temos cerca de 20 escolas, sendo uma indígena. Algumas já estão passando por reestruturação, mas é preciso mais investimento na formação dos professores e nas áreas de lazer. Temos muito problema de alcoolismo com os jovens de lá, que é a maior aldeia urbana do Brasil”, declarou o estudante do Instituto Federal da Bahia (IFBA). Ele lembrou que um miniestádio foi construído na aldeia recentemente. Porém, não dá conta de atender a todos.
Outra moradora de Coroa Vermelha, Genice Silva Barbosa, 13 anos, espera acumular conhecimento para passar aos demais da aldeia: “É mais difícil chegar movimentos assim na comunidade. Por isso é importante estar aqui, para conhecer a realidade do país onde vivo e contar o que estou aprendendo”, falou Genice, que está no 8º ano da Escola Municipal Vitorino Figueiredo.
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Deborah Moreira, da Redação do Vermelho