Quem cair na rede, não é peixe, mas eleitor!
Um levantamento divulgado recentemente pela Fecomércio- RJ/Ipsos revela que as redes sociais são o principal motivo para os brasileiros se conectarem: mais de 60% dos internautas brasileiros priorizam o acesso a estes sites. A força desse canal de comunicação, em acelerado crescimento, vem mobilizando cada vez mais políticos a participarem das redes, interagindo de modo direto e assertivo com seu público-alvo.
Por Christiane Marcondes*
Publicado 21/11/2011 15:28
Dados da Ipsos demonstram que cada vez mais o número de habitantes conectados à web cresceu no país. Em 2007 era 27%, número que alcançou os 48% este ano. A pesquisa foi realizada com 70 mil pessoas em nove regiões metropolitanas. Para o comércio, cada internauta é um consumidor, no campo da político, cada um deles é eleitor.
O fim de uma era
Os interessados nessas disputas por eleitores estão sofisticando recursos para capturar simpatizantes com a engenhosidade do mundo mvirtual.
É o que mostra outra pesquisa, desta vez da MITI Inteligência, que apresentou em um infográfico a atuação dos senadores nas redes sociais.
A MITI aponta que os onze congressistas estão conectados a mais de 430 mil internautas, entre seguidores no Twitter, fãs e amigos no Facebook. O senador mais atuante, Cristovam Buarque, é o que reúne maior número de contatos: 248 mil seguidores no Twitter e 4.300 amigos e fãs no Facebook. Já Eduardo Suplicy é o segundo senador mais atuante nas redes.
“Avaliando os dados, é possível constatar que a forma como o público recebe e repercute a informação é fundamental para a construção e manutenção da imagem online dos senadores, que têm nas mãos um ágil canal de comunicação direta com a população”, ressalta Elizangela Grigoletti, gerente de inteligência e marketing de MITI Inteligência.
Os resultados demonstram também que os senadores mais conectados são os que tendem a um posicionamento político mais à esquerda, logicamente porque os conservadores ainda possuem espaço cativo na mídia hegemônica. Mas essa maior visibilidade na imprensa tradicional não tem a mesma força do passado, tempos em que os que dominavam a chamada grande imprensa, fosse por acordo político ou por deter redes de comunicação, se sobressaíam em qualquer pesquisa preliminar de boca de urna.
A mobilidade do mundo virtual ameaça a segurança dos conservadores entronizados por esses meios tradicionais no imaginário popular, o que já é perceptível a partir de movimentos de massa articulados via rede social.
No futuro, quem sabe, as eleições podem ser definidas no voto eletrônico ainda fora da cabine de votação, mas que não sejam criados novos votos de cabresto, desta vez eletrônicos. Poque não há dúvida de que os políticos conservadores também vão entrar nessa bola dividida e com maior fôlego financeiro e apetite político indiscriminado. Obama deu um bom exemplo do uso eficiente da ferramenta quando conquistou a presidência nos Estados Unidos.