CTB-RS lança campanha pela valorização do piso regional
A institucionalização de uma política permanente de valorização do salário mínimo regional do Rio Grande do Sul é fundamental para impulsionar o crescimento do nosso Estado e o fortalecimento de um modelo que deve priorizar o emprego, a renda, o consumo e o desenvolvimento com valorização do trabalho.
Publicado 27/10/2011 11:52 | Editado 04/03/2020 17:10
Esta foi a síntese do pronunciamento do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, durante o lançamento da campanha pelo fortalecimento do piso mínimo do RS, realizada no Fórum Democrático da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (26). O ato contou com a presença de representantes da Fetag, Fecosul, e Dieese, além de sindicatos de diversas categorias filiadas à CTB e de outras centrais.
"Para os trabalhadores, o piso mínimo regional tem a mesma importância da questão da política implementada para o salário mínimo nacional. Nós tivemos, depois de uma grande batalha das centrais sindicais, a instituição de uma lei que pretendemos que seja permanente, de valorização do piso regional, que vai ao encontro do crescimento econômico, mais o índice da inflação. Temos hoje salários extremamente achatados em diversas categorias. Por isso, as centrais sindicais estão mobilizadas a fim de que se possa recuperar o poder de compra do conjunto dos salários da classe trabalhadora do Rio Grande do Sul", afirmou o presidente da CTB-RS.
Desvalorização
O piso regional, quando foi criado, em 2001, equivalia a 1,28 do salário mínimo nacional. Se ele fosse aplicado pelo valor de hoje, seria de R$ 697,00. No entanto, com a desvalorização ocorrida nos últimos governos, ele atualmente é de R$ 610,00. Significa que o trabalhador do Estado teve uma perda superior a 14% em seu poder de compra.
"O aumento do poder de compra do trabalhador foi um dos motivos que levou o Brasil a ser um dos últimos países a entrar na crise financeira mundial e um dos primeiros a sair dela, pois o que deixou de ser exportado naquele período, foi consumido pelo mercado interno, tendo gerado mais empregos e proporcionado que a economia nacional desse um salto maior", lembrou Guiomar Vidor.
Conselhão
Na última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado “Conselhão” – órgão consultivo do governador, constituído pela pluralidade da sociedade gaúcha – a CTB-RS e as demais centrais sindicais apresentaram na Câmara Temática do Piso Regional, as seguintes reivindicações:
• Reajuste do Salário Mínimo Regional pela média do PIB brasileiro e do RS de 2 anos antes da data do reajuste, acrescida do INPC do ano anterior.
• Estabelecer critério para repor as perdas do último período, até recuperar o valor de 1,28 salários mínimos.
• Dividir as diferenças em até quatro anos.
• Inclusão de novas categorias, com criação de novas faixas.
• Alteração de faixas de categorias que apresentem defasagem na faixa atual
• Projeto de Lei restabelecendo a data do reajuste futuro para 1º de janeiro, conforme acordo firmado com as entidades patronais, aprovada pela Assemb leia Legislativa.
• Colocar o piso mínimo regional na Constituição do Estado. E incluir na Lei, os servidores públicos estaduais que hoje não estão contemplados.
"Nós precisamos ter uma grande disposição para mobilizar o movimento sindical porque sabemos que essa é uma luta muito árdua, pois as entidades patronais são historicamente contra o piso mínimo estadual. Mas, felizmente, nesse momento, temos o governo estadual como aliado, tanto que a valorização do salário mínimo regional faz parte do programa do governador Tarso Genro. É extremamente importante ter o governo ao nosso lado, mas precisamos pressionar os deputados estaduais, o governo e a classe empresarial para que as nossas propostas sejam vitoriosas. E instituir de uma vez por todas uma política permanente de valorização do salário mínimo regional e de todas as questões encaminhadas em conjunto pelas centrais sindicais", finalizou o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor.
Fonte: CTB-RS