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De Angola, Dilma manda recado para países desenvolvidos

Hoje (20), no último dia de sua viagem à África, a presidente Dilma Rousseff afirmou que, neste momento que o mundo passa por grandes transformações, a concentração de poder dos países desenvolvidos nos órgãos multilaterais está ultrapassada.

“[Isso] representa uma ordem internacional que não mais existe. Ela não reflete a realidade e força emergente dos países em desenvolvimento, não reflete continentes inteiros como é o caso da América Latina e da África”, ressaltou ao discursar na Assembleia Nacional de Angola, última escala da viagem ao continente africano. Além de Angola, ela esteve na África do Sul e Moçambique. A previsão é que retorne ao país por volta das 21h, em Brasília (DF).

O Brasil é um dos países que vêm trabalhando pela reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para Dilma, Brasil e Angola mantêm o crescimento, apesar da crise econômica mundial, por terem adotado políticas equilibradas e privilegiado ações sociais de combate à pobreza e políticas de desenvolvimento, ao contrário do que uma boa parte dos países desenvolvidos vem fazendo, continuando "…a trilhar o caminho da insensatez”.

“Nossos países fugiram do receituário conservador que também conhecemos na América Latina por mais de 20 anos. Esse momento exige políticas macroeconômicas sadias e socialmente inclusivas para proteger nossas nações do contágio e do desemprego”.

A presidente reinterou que o aprofundamento das relações com o continente africano continuará sendo uma das prioridades da política externa brasileira durante sua gestão. Nos oito anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aproximação com a África se intensificou com aumento do comércio com o continente.

Na sessão solene da Assembleia Nacional, que fica na capital angolana, Luanda, Dilma Rousseff destacou de maneira positiva a participação das mulheres no Parlamento angolano, que chegam a representar 39% da Casa, e também no Executivo. Em seu discurso, citou a presença de centenas de angolanos, desde 2000, nos cursos de graduação e pós-graduação no Brasil.

Para as companhias brasileiras estabelecidas no país, a presidente fez um pedido: que elas privilegiem as parcerias com empresas angolanas e contratem trabalhadores e dirigentes do país.

Dilma também participou de uma homenagem ao monumento a Agostinho Neto (1975-1979) – primeiro presidente de Angola – e se reuniu com o presidente angolano, José Eduardo Santos.

A viagem  encerra hoje visita a três países africanos: África do Sul, Moçambique e Angola. A previsão é que ela chegue a Brasília por volta das 21h.

Comércio reforçado

Angola é o terceiro maior mercado para os produtores brasileiros na África neste ano. A partir de parcerias, os países planejam ampliar a cooperação também em áreas tidas como críticas para o desenvolvimento, segundo a presidente, como infraestrutura, energia elétrica, agricultura e defesa.

Os angolanos são atualmente os principais beneficiários das linhas de crédito do Fundo de Garantia de Exportações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De 2002 a 2008, o comércio bilateral cresceu mais de 20 vezes, atingindo US$ 4,21 bilhões. Em 2010, chegou a US$ 1,441 bilhão. Os maiores investimentos brasileiros em Angola se concentram nas áreas de construção civil, energia e exploração mineral.

Para Dilma, Angola é fator de estabilidade na África e exemplo para países em conflito. “Angola renasce do conflito das lutas dolorosa pela libertação nacional. Caminha agora a passos largos na realização de um destino de grandeza. Emerge como fator de estabilidade e vigor político neste vasto continente.”

Com Agência Brasil e Blog do Planalto