Sem categoria

Inácio Arruda: PCdoB irá às últimas consequências contra calúnias

O ministro do Esporte Orlando Silva participou nesta quarta-feira (19) de uma audiência conjunta das comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), no Senado. Mais uma vez, Orlando rebateu publicamente todas as acusações feitas pelo ex-policial militar João Dias Ferreira. O ministro classificou a acusação de vil e mentirosa, e disse que foi exposto a um linchamento público sem provas.

“O que é mais grave é que desde sábado (quando a revista Veja começou a circular) me pergunto: onde estão as provas?”, desabafou.

Assim como o que ocorreu na audiência pública realizada na terça (18), na Câmara dos Deputados, o Orlando recebeu mais palavras de apoio e solidariedade do que cobranças – inclusive de representantes da oposição.

Durante seu discurso, o senador Inácio Arruda, líder do PCdoB no Congresso, disse que as acusações não atingem apenas o ministro e que o Partido irá às últimas consequências desse debate. “Vamos tratar aqui dessa acusação insana contra o Ministro do Esporte e, em seguida, tratamos da batalha político-ideológica em relação ao PCdoB. É outro terreno, que nós também topamos”.

O senador ressaltou que o PCdoB só está prestes a completar 90 anos porque ao longo de sua trajetória topou “comprar e enfrentar todas as batalhas no campo político e ideológico”. E declarou, mais uma vez, o apoio do Partido a Orlando Silva.

“Eu acho que somos daqueles que não aceitamos a máxima: ‘Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come’. Nós somos daqueles de encarar o bicho. Então, se o bicho está aí, nós vamos encarar”.

Leia abaixo a íntegra do pronunciamento do senador Inácio Arruda:

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero registrar também a presença, entre nós, do nosso presidente Nacional Renato Rabelo, que nos honra e nos orgulha pela sua direção firme no Partido Comunista do Brasil e na condução do nosso Partido no cenário político brasileiro de forma ajustada e precisa.

Quero também, Sr. Presidente, cumprimentar o ministro pela sua atitude de reagir com indignação diante de calúnias. Acho que não podemos jamais… E muitos aqui entre nós exercemos cargos de governadores de estado. senador Alvaro Dias foi governador de estado, senador Requião foi governador de estado, nosso querido senador Rollemberg ocupou funções no Ministério da Ciência e Tecnologia de grande responsabilidade, nossa senadora Lídice da Mata, prefeita da nossa querida Salvador, terra do nosso ministro Orlando Silva. Se fôssemos examinar quantas acusações foram feitas a essas pessoas…

Há pouco, estava ao meu lado, e aqui está o ex-governador Carlos Valadares, Humberto Costa que foi enxovalhado publicamente. Precisou ir à Justiça para restaurar a verdade e a honra. Mas as páginas da mídia não o fizeram. Teve que ir à Justiça restaurar a sua dignidade e a sua honra. Hoje, cumpre um mandato sério e honrado entre nós. Está aqui o exemplo. Agora tentam atingir…

Está aqui o exemplo. Agora tentam atingir a honra de V. Exª, mas V. Exª sabe muito bem que não é exatamente dirigido só a V. Exª. Sabe que é um jogo, que é uma armação, uma armação dentro do debate político. Mas há uma fragilidade no jogo político, digamos assim, do adversário político, que não se baseia só nos partidos. Não temos adversários só nos partidos.
Lembro como a dirigente da Associação Nacional de Jornais disse, na campanha eleitoral, que aquilo que a oposição estava incapacitada, por incompreensão e debilidades, de fazer, eles fariam. Eles poderiam fazer o papel da oposição. Seria o partido da oposição. Eu vejo mais ou menos nesse sentido.

Mas qual é a fragilidade? A fragilidade, não é V. Exª que desqualifica o acusador; não é. O problema é que o acusador é um desqualificado! O acusador vem aos jornais e às revistas e aparece num palanque midiático; ele não precisa vir aqui. Ele não precisa vir à Câmara, nem ao Senado. Já lhe foi oferecido um palanque nacional, para que ele pudesse fazer as suas acusações insanas…

Nenhum! Pelo contrário. Com a ideia de que se pode tirar por meio da acusação de um malfeitor um ministro de Estado do Governo. Eu considero que, às vezes, é difícil, pela fragilidade desse acusador. Eu acho que aqueles que tentaram pegar esse acusador como base de sustentação vão se arrepender e vão se arrepender muito porque sabem que estão com um delinquente, um chantagista, que cometeu esses crimes e outros, esses crimes e outros, gravíssimos.

Eu pediria aos ágeis e honrados jornalistas dessas revistas e jornais que fizessem uma análise da folha corrida do acusador. Não é para ver a sua fortuna, não, de como ele ganhou milhões. Não com o Ministério dos Esportes, de que está pedindo a devolução, mas de onde ele tirou milhões para fazer uma fortuna. De onde tirou? Como funcionário público? Como policial? De onde tirou esse dinheiro? Procurem a folha corrida. Ele é desqualificado pela sua folha corrida. Não é pelo ministro, não. É que ele não tem gabarito, e a oposição tem de agir, cumprindo o seu papel, mas se servir de um desqualificado de meia tigela para acusar um ministro de Estado? Uma pessoa honrada como o Ministro Orlando Silva? Sinceramente, é querer fazer o jogo, e a gente precisa saber quem está por trás desse desqualificado. Quais são os interesses por trás desse desqualificado? Quem é o mandatário desse desqualificado? Quanto custa esse desqualificado?

Acho que aqui vamos ter de examinar e, nesse sentido, o ministro tomou as providências ajustadas, mas nós também. Nós também temos de tomar as medidas ajustadas. Eu acho que acusar o PCdoB, aí nós já entramos em outro terreno. Se alguns setores querem entrar numa disputa político-ideológica envolvendo o PCdoB, é outro terreno do debate, que nós queremos separar. Nós vamos separar. Não vamos aceitar essa ideia de ficar num círculo: cada dia eu trago um fato novo, cada dia faço uma história nova, para manter uma novela. Vamos tratar aqui dessa acusação insana contra o Ministro do Esporte e, em seguida, tratamos da batalha político-ideológica em relação ao PCdoB. É outro terreno, que nós também topamos.

Nós estamos prestes a completar 90 anos de idade porque nós topamos comprar e enfrentar todas as batalhas no campo político e ideológico. Senão, não teríamos 90 anos. Não teríamos chegado aqui. É porque nós topamos. Aí, não tem problema. Aí é outra frente. Nós entramos nela depois, mas primeiro vamos ajustar essa questão, ministro. Vamos reparar essa questão.

Nenhuma ONG está proibida, porque seja filiado o seu membro ao PCdoB, de fazer convênio com qualquer ministério.

Quero apenas fazer um reparo para uma ação republicana em relação à ONG dirigida pela ex-atleta Karina, hoje vereadora do meu Partido. O reparo é que ela dirige uma ONG que trabalha com as seguintes prefeituras no Estado de São Paulo: quatro prefeituras do PSDB, quatro prefeituras do PSDB, que é quem tem o maior número de prefeituras trabalhando com essa ONG; três do PMDB, três do PT, duas do PPS, uma do PDT, uma do PTB, uma do DEM, uma do PSB e uma do PV. Não tem nenhuma prefeitura do PCdoB.

Então, ela agiu e trabalha republicanamente. Não excluiu nenhum partido, trabalha com todos em São Paulo, com todas as agremiações. É bom pegarem o depoimento aqueles que querem acusar de forma sorrateira e grosseira, as informações com essas prefeituras. Se há desvio…porque os desvios de conduta dessas ONGs, evidentemente o ministério vai apurar.

Então, não tenho e não vou fazer perguntas a V. Exª. Eu quero é compartilhar da indignação de que nós não aceitaremos. Nós vamos; assim como V. Exª vai às últimas consequências, nós também. Nós também vamos às últimas consequências. O Partido de V. Exª vai às últimas consequências não só no apoio a V. Exª, mas no enfrentamento do debate com esses setores que acham que, todos os dias, podem fazer uma acusação leviana para tirar um ministro de Estado do seu posto.

Com o PCdoB não! Com o PCdoB não. Nós topamos esse debate e esse enfrentamento. Não é de agora. Isso vem numa cantilena. Talvez alguns imaginem que ficou grande demais o Ministério do Esporte para o PCdoB. Quer dizer, era uma coisinha muito pequena, mas tem uma visibilidade hoje extraordinária! Quer dizer, o resultado do Pan, com 40% dos atletas bolsistas do Ministério do Esporte, sinceramente, é um orgulho para o Brasil. É um orgulho para o Senado, para o Congresso Nacional, que aprovou esse programa aqui que V. Exª conduz, que está dando o resultado em medalhas. E alguns nem querem publicar que o Brasil está ganhando tantas medalhas, mas está ganhando. E é o resultado desse trabalho, desse esforço que foi feito no Ministério do Esporte, com atuação de forma honrada, honesta e bem conduzida por V. Exª. E conquistamos essas duas coisas extraordinárias.

Olha que havia uma peitica enorme para tentar impedir que o Brasil ganhasse a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada. E ganhou, ganhou num trabalho muito bem articulado, com a participação de V. Exª.
Então, esses resultados evidentemente alguém olha e diz: -Puxa vida! Por que o PCdoB dirige esse ministério? Está tão grande. Está tão visível. Tem tanta visibilidade. Quais são os interesses em jogo?-. Nós também topamos discutir isso, mas não vamos discutir isso saindo do nosso posto. Nosso posto nós vamos manter com a firmeza, com a dignidade, e esses instrumentos vis, como essa tal testemunha que não apresentou uma prova sequer… É uma vergonha que se faça uma denúncia sem que se tenha uma prova sequer. É algo absurdo, inaceitável, mas que se mantém na cena nacional. Não precisa prova.

Chegaram ao desplante na revista de querer jogar a opinião pública contra o ministro! O Twitter respondeu. As mídias sociais responderam, e eles tiveram que ouvir também que o ministro é respaldado por um leque grande, não só de seu Partido, mas de apoiadores em todos os partidos, que vieram. Ontem estiveram na Câmara e hoje estão aqui porque conhecem o trabalho de V. Exª, respeitam o trabalho de V. Exª, mesmo que discordem politicamente do trabalho de V. Exª.

Então, ministro, você conta com o nosso apoio. Nós também estamos indignados com essas atitudes, promovidas por gente que não tem qualificação alguma, e nós vamos enfrentar. Eu acho que somos daqueles que não aceitamos a máxima: -Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come-. Nós somos daqueles de encarar o bicho. Então, se o bicho está aí, nós vamos encarar.

Obrigado, Sr. Presidente.