Sem categoria

Evo Morales e indígenas se reúnem para resolver impasse de Tipnis

O presidente boliviano, Evo Morales, se reúne nesta quinta-feira (20), às 12h30 (horário de Brasília), com os manifestantes indígenas do oriente, que marcham há mais de dois meses em protesto contra a construção da estrada Villa Tunari 2-San Ignacio de Moxos, que corta uma das maiores reservas do país, o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis).

Indígenas Bolívia - Efe

Os indígenas chegaram a La Paz na tarde da quarta-feira (19) e foram carinhosamente recepcionados pelos pacenhos com papéis picados e flores. Durante o caminho, a população ofereceu suco, água, pão, bolachas, frutas, além de roupas e agasalhos para os manifestantes. Também foi oferecido serviço médico para adultos e crianças.

Disposição para o diálogo

Evo Morales manifestou sua disposição de negociar pessoalmente com os manifestantes. Em visitas recentes ao Tipnis, onde entrou em contato com a população, o mandatário constatou a pobreza em que vivem essas pessoas. Segundo ele, o problema da estrada de Tipnis “não é parte de um debate entre o ambientalismo e o desenvolvimentismo, mas sobre a pobreza em que vivem essas populações amazônicas”.

O governo já enviou 11 missões ministeriais para dialogar com os manifestantes, mas não conseguiu avançar nos acordos devido aos posicionamentos radicais de alguns manifestantes, como declaram as fontes oficiais.

O ministro de Comunicação Social, Iván Canelas, afirmou que o diálogo entre o presidente e as lideranças indígenas, nesta quinta-feira (20), se dará sem nenhuma condição prévia. Ele reforçou que, “com esta convocatória, o governo espera que os dirigentes da Cidob [Confederação dos Povos Indígenas do Oriente Boliviano] aceitem dialogar para analisar suas demandas e solucionar o problema com base no diálogo”.

Reivindicações

O principal dirigente da Cidob, Adolfo Chávez, reafirmou que a "mobilização é pacífica”. Entre as reivindicações do movimento está, além da suspensão da construção da estrada, a interrupção das operações de hidrocarbonetos de Aguaragüe e de algumas estradas entre La Paz e Beni.

Autoridades bolivianas, no entanto, denunciam que, por trás da mobilização estão escondidos interesses políticos e vínculos com Organizações não Governamentais e com a embaixada dos EUA. Também apontam a existência de políticos da oposição infiltrados entre os manifestantes.

O governo considera que algumas demandas dos indígenas são inviáveis, como a suspensão de todos os projetos rodoviários no país e a interrupção dos trabalhos de exploração de hidrocarbonetos na região de Aguaragüe, a mais rica reserva de gás natural e principal fonte de divisas para o Estado.

Da redação do Vermelho, Vanessa Silva.
com informações de agências e da Telesur