Inácio Arruda – Um novo pacto político para o desenvolvimento

Por *Inácio Arruda

A grande crise do capitalismo continua gerando consequências dramáticas no mundo. Ela persiste nos Estados Unidos, agrava-se na União Europeia – duramente castigada – e no Japão. A novidade é a reação popular, em especial dos trabalhadores, que não aceitam arcar com os custos dos desmandos do capital financeiro. No Brasil, podemos aproveitar a crise internacional para impulsionar o nosso desenvolvimento.

A presidente Dilma tem adotado medidas em defesa do País, mas constatamos a desaceleração do crescimento econômico, queda da oferta de postos de trabalho e retração da atividade industrial. Para reverter esse quadro, foi muito positiva a decisão da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em 0,5% a taxa básica de juros, a Selic. Essa orientação deve ser mantida, em que pese a grita do capital financeiro e seus articulistas. Afinal, o País continua com as taxas de juros mais elevadas do mundo. É importante o entrelaçamento da política fiscal com a política monetária, reduzindo os juros e mantendo sob controle a inflação, buscando metas de crescimento e de geração de empregos e propiciando melhoria nas condições de vida dos brasileiros.

A crise abre a oportunidade de estabelecermos um novo pacto para o desenvolvimento, tendo por base os trabalhadores e o setor produtivo empresarial nacional. Assim, poderemos alcançar objetivos mais ousados, que possibilitem a construção de uma nação forte, soberana e progressista, cujo desenvolvimento esteja voltado para atender às necessidades da população.

Vamos atuar por uma mudança da política macroeconômica alicerçada no tripé de juros mega-abusivos, câmbio flutuante e superávits primários. Para concretizar esse novo pacto, são importantes as articulações e mobilizações dos trabalhadores e da juventude, das forças progressistas e populares. Faz-se necessária muita mobilização, inclusive nas mídias sociais, para forjar uma forte convicção na sociedade, de desenvolvimento com inclusão social. Esta deve ser a nossa resposta à crise.

* Inácio Arruda é Senador (PCdoB-CE) 

Fonte: O Povo