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Merkel e Sarkozy concordam em dar dinheiro a bancos europeus

Após encontro em Berlim, chanceler federal alemã e presidente francês anunciam que pacote de medidas para conter a crise europeia […]

Após encontro em Berlim, chanceler federal alemã e presidente francês anunciam que pacote de medidas para conter a crise europeia será apresentado até o fim do mês.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, líderes das duas economias mais fortes da zona do euro, anunciaram neste domingo (09/10) que até o final deste mês vão apresentar um pacote de medidas elaboradas em conjunto para tentar solucionar a crise do euro. O objetivo será garantir a estabilidade da moeda comum e o resgate dos bancos do bloco ameaçados pela crise.

Merkel e Sarkozy garantiram que farão tudo o que for necessário para assegurar a estabilidade do euro e a recapitalização dos bancos, mas não detalharam como isso seria feito.

O anúncio foi feito após reunião de uma hora e meia em Berlim entre os dois chefes de governo dos dois principais países imperialistas da União Europeia. O objetivo era construir um acordo antes do encontro entre os 27 líderes do bloco, marcado para os dias 17 e 18 de outubro.

Divergências entre imperialistas

Apesar de garantir que estão em comum acordo, Merkel e Sarkozy vinham apresentando posições diferentes com relação à recapitalização dos bancos. A chanceler alemã defende que os bancos devem primeiramente procurar investidores privados antes de recorrer a recursos nacionais ou europeus para cobrir suas dificuldades financeiras. Ela quer que os 440 bilhões de euros do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) sejam usados apenas como último recurso, "apenas quando um país não conseguir ajuda por meios próprios".

Sarkozy, por sua vez, vinha se mostrando favorável ao uso do fundo em vez de mexer nos próprios cofres para ajudar os bancos franceses, que estão entre os maiores credores da Grécia.

Enquanto isso, aumentam as evidências de uma realocação da dívida grega e de um eventual corte de até 60% dos débitos do país. Para economistas, isso significaria a declaração de insolvência da Grécia. Os dois líderes, no entanto, evitaram falar sobre a questão. Para atenuar o impacto que uma medida dessas teria, os bancos europeus precisariam de maior liquidez.

Merkel tem enfrentado duras críticas sobre a condução alemã da crise. Ela tem sido cobrada a tomar decisões mais firmes para prevenir o contágio das economias mais vulneráveis da Europa. "Nós sabemos das nossas responsabilidades sobre a zona do euro, sobre a União Europeia e sobre o crescimento econômico de nossos países", afirmou Merkel neste domingo.

Em entrevista à revista alemã Wirtschaftswoche esta semana, o presidente do Banco Mundial, o americano Robert Zoellick, afirmou que a chanceler federal alemã não tem visão sobre como superar a crise nem como desenvolver a moeda comum europeia. Ele acredita que o pacote de ajuda financeira que será oferecido à Grécia servirá apenas para ganhar tempo. E criticou o fato de a Europa ainda não ter encontrado uma saída nem para a alta dívida pública de alguns países do bloco, nem para a crise financeira.

Com agências