Plano quer tirar 2,65 milhões da linha da miséria no Norte
A presidente Dilma Rousseff participou, hoje (28), da cerimônia de assinatura do pacto feito em torno do Plano Brasil sem Miséria Região Norte. A cerimônia, ocorrida em Manaus, contou com a presença de ministros, governadores, prefeitos, empresários e beneficiários dos programas sociais. Entre os objetivos, está a saída de 2,65 milhões de brasileiros que vivem em extrema pobreza nessa região do país.
Publicado 28/09/2011 17:47
O plano prevê a transferência de renda, fortalecimento da agricultura familiar, parceria com os supermercados e estímulo à preservação ambiental. O Bolsa Verde, que integra o plano, também foi regulamentado. Até o final deste ano, 18 mil famílias serão beneficiadas por ele. O número chegará a 75 mil famílias em 2014.
O Bolsa Verde (Programa de Apoio à Conservação Ambiental) prevê o pagamento trimestral de R$ 300 para famílias extrativistas. Inicialmente o programa vai atender apenas à Amazônia Legal. Para participar, o responsável pela família deve se cadastrar. Até agora, há cerca de oito mil assinaturas de adesão. Outras 10 mil já estão cadastradas e assinarão o termo até dezembro de 2011. Dados divulgados pelo governo demostram que a criação e manutenção de unidades de conservação, onde estão 9% da água captada para consumo humano, impediram a emissão de 2,8 bilhões de toneladas de carbono.
“O bolsa verde é, sobretudo, um reconhecimento do governo federal, de que é fundamental um estímulo para que a gente combine as duas coisas: a garantia de renda e a preservação ambiental. O bolsa verde para os povos da floresta, que moram em áreas de preservação, é o reconhecimento do Brasil de que isso é algo fundamental, que vai contribuir para melhorar o nosso modelo de crescimento”, afirmou a presidente Dilma.
Para agilizar o cadastramento e a atualização dos dados dos beneficiados, a presidente Dilma Rousseff anunciou a instalação de 166 antenas fixas de conexão com internet, via satélite, em 160 municípios do Acre, Pará, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Roraima e Amazonas. Os equipamentos, instalados por meio de acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa, possibilitam a identificação de comunidades que vivem em regiões isoladas, sem conexão à rede de computadores. Com isso, integrar essas pessoas a rede dos programas sociais, a Busca Ativa.
Já o monitoramento do Bolsa Verde será feito com auxilio de um satélite do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), que mapeará as áreas onde vivem as famílias atendidas. Também haverá visitas aos locais para avaliar o impacto da iniciativa. O programa não impede plantações, desde que feitas de forma sustentável.
No encontro, assinaram o termo de compromisso, além do governo federal, os governadores Tião Viana (Acre), Omar Aziz (Amazonas), Camilo Capiberibe (Amapá), Simão Jatene (Pará), Confúcio Moura (Rondônia), José de Anchieta Júnior (Roraima) e Siqueira Campos (Tocantins) e as associações de municípios.
Durante o evento, Dilma falou sobre sua experiência durante a abertura da 66ª. Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Lembrou o desemprego generalizado no mundo e ressaltou que Brasil está numa situação diferente dessa, citando os programas sociais adotados no país nos últimos anos, como o Bolsa Família, que estão ajudando o Brasil neste momento de crise. A presidente lembrou que o país é rico em recursos naturais, e possui agricultura e industria bastante desenvolvida. Mas, ressaltou que a maior riqueza são as pessoas.
“Mas a nossa maior riqueza somos nós mesmos. São os 190 milhões de brasileiros e brasileiras. E quando nós tiramos da miséria mais 16 milhões, nós estamos contribuindo não só com esses 16 milhões, mas com cada um dos empresários, trabalhadores, intelectuais, professores, médicos e profissionais da Saúde melhorarem de vida”, declarou a presidente, referindo-se à meta do Brasil Sem Miséria. Dilma frisou que o país tem responsabilidades com a Amazônia, com o desenvolvimento limpo e com a zona franca de manaus
Durante a cerimônia, Dilma também falou sobre o esforço que o governo federal está fazendo para melhorar o serviço público como Saúde e Educação, assegurando acesso e qualidade. Lembrou sobre a formação de médicos na região, que é carente desses profissionais e aproveitou a ocasião para falar sobre uma parceria entre os ministérios da Saúde e Educação para formar, até 2015, 4.500 médicos. O objetivo é descentralizar a formação, fazendo com que o médico se forme na região onde vai exercer a profissão para criar vínculo com a mesma. O convênio também pretende assegurar a formação universitária através da residência nessas regiões, com parcerias hospitais.
Da redação, com agências