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Vereadores de Campinas cassam mandato de prefeito

A Câmara de Vereadores de Campinas – a 93 km de São Paulo -, decidiu, na madrugada deste sábado (20), cassar o mandato do prefeito da cidade, Hélio de Oliveira Santos (PDT). Ele é acusado de estar envolvido em um esquema de fraudes nos contratos da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento), no sistema de liberação de loteamentos e na instalação de antenas de celulares na cidade. As denúncias foram feitas pelo Ministério Público Estadual.

Segundo a assessoria de imprensa da Casa, 32 vereadores foram favoráveis à cassação, apenas o parlamentar Sérgio Benassi (PCdoB) votou contra. A sessão para definir o futuro do Dr. Hélio, como era conhecido, teve início na manhã de quinta-feira (18) e durou mais de 44 horas ininterruptas. Nesse período, o processo de 1.629 páginas foi lido para todos os presentes.

Depois, cada parlamentar pode falar e justificar seu voto. O prefeito também pode fazer sua defesa. Dr. Hélio nega qualquer envolvimento em irregularidades. Ele alega que, assim que soube de todos os casos suspeitos, tomou as medidas cabíveis, com exonerações e pedido de sindicâncias. Ao final da sessão, o presidente da Câmara, Pedro Serafim Junior (PDT) assinou o Decreto Legislativo nº 3.326, de 20 de agosto de 2011, que determinou o impeachment do prefeito.

Com a decisão dos vereadores, o cargo de prefeito de Campinas deve ser assumido pelo vice, Demétrio Villagra, o que deve ocorrer só na próxima terça-feira (23), pois, antes, a cassação deve ser publicada no Diário Oficial do Município. O prefeito agora cassado ainda pode questionar na Justiça a decisão dos vereadores.

O caso

Na sexta-feira (19) foi divulgada a gravação de um telefonema entre o vereador Aurélio Cláudio (PDT) e Ricardo Marreti, advogado dos servidores públicos de Campinas, levantando a suspeita de compra de votos para supostamente livrar o prefeito de uma possível cassação. Na conversa, o vereador pergunta a Marreti se ele “fechou a conta com o doutor Hélio”. Depois de o advogado afirmar que estava difícil, Cláudio diz que gostariam que “eles” assumissem a dívida de campanha.

Aprovada no dia 23 de maio, a Comissão Processante apresentou o relatório final na tarde de terça-feira (16), que entendeu haver responsabilidade do prefeito nas denúncias de fraudes nos contratos da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento), no sistema de liberação de loteamentos e na instalação de antenas de celulares na cidade.

Diversas pessoas relacionadas à administração de Santos, entre elas a primeira-dama Rosely Nassim e o vice-prefeito Demétrio Vilagra, já foram presas e depois liberadas por suspeita de fazerem parte de uma rede de fraudes em licitações. Os desvios na Sanasa podem chegar a R$ 615 milhões.

Com R7