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Destino da revolução está na mobilização popular, diz Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, estreou, na última quarta (17), uma coluna de opinião no jornal estatal El Correo del Orinoco. A coluna, intitulada "Notas da Retaguarda", não tem periodicidade definida. A ideia do líder é usar o espaço para "explicar tudo para que me entendam", uma espécie de canal de comunicação com a população.

Em seu primeiro texto, Chávez escreve sobre sua rotina desde que iniciou o tratamento de quimioterapia contra um câncer. A narrativa é próxima a um relato de diário. Ele conta que é acordado pelo canto de dois galos: um chama-se Fidel e o outro, seu filho, Chávez.

Lembra-se dos conselhos de amigos, como Fidel Castro e Pepe Mujica, que recomendam que ele não cometa abusos, pois deve descansar. "Não devo esquecer o impacto da quimioterapia sobre a produção de glóbulos brancos e vermelhos. E a obrigação que tenho de adaptar meu ritmo de atividade aos ciclos respectivos para continuar 'esta nova escalada até a mais alta montanha'", disse.

Chávez fala sobre seu café da manhã, a fisioterapia, os remédios, os exercícios, a leitura dos jornais. Em seguida, entra por outros assuntos, como a importância da organização e da mobilização popular para o destino da revolução.

"Essa organização-mobilização tem necessariamente que produzir o nascimento de uma nova legalidade revolucionária, que gere, por sua vez, uma institucionalidade popular-revolucionária, que permita o crescimento e a consolidação do Poder Popular", disse.

Chávez afirmou que o sue partido, o PSUV, tem obrigação de converter-se "na vanguarda do povo, inclusive, criticando, junto ao povo, o seu próprio governo e exercendo pressão sobre as instituições, interpelando os governantes e burocratas, apresentando propostas e fazendo que se cumpra a nova legalidade revolucionária".

Uma das propostas do venezuelano é a criação das "patrulhas de vanguarda", uma vez que se conclua o processo de alistamento dos militantes do PSUV, que começou há alguns dias. Cada uma dessas patrulhas deverá elaborar "mapas estratégicos e táticos de batalha", a fim de avançar até a formação de uma "nova hegemonia histórica".

No fim de sua primeira coluna, ele descreve a vitória da presidente Cristina Kirchner nas prévias das eleições presidenciais e faz um paralelo com a disputa presidencial no Brasil.

"Foi de verdade um 'Cristinaço'. Ela vai nocautear no próximo dia 23 de outubro! Assim como fez DIlma no Brasil. E logo virá um grande nocaute que daremos a esta direita apática e lacaia em 2012, aqui na Venezuela Bolivariana! É a nova América do Sul, é o mundo que se levantou", diz Chávez.