PCdoB deve lançar candidato a prefeito em 23 municípios do AM

A 45 dias da realização da conferência estadual, partido traça metas, faz avaliação e planeja avanços a longo prazo.

O PCdoB/AM deve lançar candidato a prefeito em pelo 23 municípios do Amazonas. A afirmação é do secretário de organização da sigla, Antônio Levino. Segundo ele, em 14 cidades a chance de conquista é real. Em 2008, o partido elegeu prefeitos em dois municípios: Japurá e Anamã.

Levino afirma, ainda, que o PCdoB buscará ter influência nas eleições em todos os 62 municípios amazonenses, seja indicando o vice-prefeito ou participando de alianças com os partidos da base aliada dos governos estadual e federal. “Atualmente já temos participação efetiva no processo de discussão, para a formação de alianças, com vistas à sucessão em 45 municípios”, afirmou.

Quanto às chapas de vereadores, a orientação é que as direções municipais formem chapa própria, inclusive em Manaus. Atualmente, o PCdoB tem uma vereadora na capital e outros 20 no interior. “Queremos dobrar esse quadro no interior e eleger três vereadores na capital. Isso é possível”, diz o presidente da legenda no Amazonas, Edilon Queiroz.

Conferência
O trabalho para atingir essas metas eleitorais já começou. A cada dois anos, o PCdoB realiza conferências. Trata-se de reuniões para avaliar a atuação do partido, definir o projeto político/eleitoral e a nova direção. A etapa estadual está marcada para o período entre 23 e 25 de setembro. O objetivo do PCdoB para 2011 é mobilizar 16 mil pessoas entre filiados e simpatizantes.

No último fim de semana, operários, funcionários públicos e urbanitários reuniram aproximadamente 200 pessoas.

A 45 dias da realização da plenária estadual da conferência, aproximadamente 10 mil pessoas já participaram do processo em todo o Estado. “Acredito que vamos ultrapassar essa meta”, declarou Levino.

Dos 62 municípios amazonenses, dez já realizaram suas etapas municipais; 42 já têm data marcada para a plenária final de seus filiados e outros dez ainda vão marcar suas conferências. “Todos os municípios, onde temos organização formal deveremos realizar conferência, sendo que o mínimo exigido é que realizem, pelo menos, quatro reuniões de filiados antes da plenária final”, esclareceu Levino.

Em Manaus, a conferência está marcada para acontecer dias 8 e 9 de setembro. Para o presidente do PCdoB, da capital, Anderson Souza, a meta de mobilizar 6 mil pessoas é ousada mas alcançável. “Já reunimos 60% disso. Acredito que vamos ultrapassar a meta”, afirmou.

Mudanças
Atualmente, o partido é organizado na capital por meio de bases e nove distritais. Com a reestruturação organizativa, o objetivo é estabelecer dez bases para cada distrital. Estes terão, no máximo, 100 mil habitantes por área como referência; e as bases, o limite de 10 mil habitantes. Assim, o partido deve alcançar entre 300 e 400 bases e dobrar o número de distritais.

Além da identificação por local de moradia, de estudo e trabalho, o PCdoB/AM também criará os comitês temáticos ou por segmentos profissionais, em substituição aos chamados “Coletivos de Militantes” que atualmente servem de referência para a organização de filiados sem base geográfica delimitada.

Segundo Levino, o Estatuto do partido rege que os coletivos têm caráter estadual. “A intenção é municipalizar nossa atuação dando mais autoridade às direções. Essa orientação vai nesse sentido”, explicou, ressaltando que dentro desse processo está a estruturação da rede de quadros partidários.

Para Levino, a nova política de quadros é primordial. “Ela vai dar resposta organizativa, para suportar o número de filiados”, declarou. No Amazonas, o PCdoB é o maior partido em quantidade de filiados, com aproximadamente 18 mil membros, de acordo com os dados do TRE, que devem chegar a 20 mil até o fim do ano.

“Não basta crescer para ter quantidade. É preciso ser maior e mais eficiente. Ter formação, orientação e um norte para onde se deve ir”, defende o presidente da sigla, Edilon Queiroz, ressaltando que o objetivo político traçado tem que corresponder à uma estrutura organizativa equivalente, ou seja: grande e eficiente.

Ele afirma que em dez anos, o PCdoB quer se tornar uma alternativa de poder, se escalando como força política apta a dirigir o Amazonas. “Um partido grande como alternativa de poder. Esse é o nosso objetivo”, conclui Edilon Queiroz.

De Manaus,
Mariane Cruz