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Consumidor dos EUA não confia no desempenho da economia

Novos indicadores publicados nesta sexta-feira (12) continuam mostrando a gravidade da crise norte-americana. O índice de confiança do consumidor dos EUA preliminar de agosto, divulgado pela agência de notícias Reuters e a Universidade de Michigan, caiu vertiginosamente de 63,7 para 54,9 –o menor índice desde maio de 1980.

O resultado ficou muito abaixo da estimativa de analistas, que era de 62, atribuído aos temores com a alta taxa de desemprego (9,1%), de uma recuperação econômica muito lenta e preocupação com o impasse político e sua influência na tomada de decisões para a economia.

O índice de confiança sobre as condições econômicas atuais ficou em 69,3 e o índice que avalia as expectativas no curto prazo foi a 45,7.

"Nunca antes na história das pesquisas tantos consumidores mencionaram de maneira espontânea aspectos negativos do papel do governo [na economia]", disse o diretor da pesquisa Richard Curtin, em comunicado.

O presidente Barack Obama reconheceu recentemente que os EUA perderam parte da confiança do mercado e dos americanos com o impasse político sobre a aprovação do novo pacote fiscal para elevar o teto da dívida.

O plano, que elevou o teto em US$ 900 bilhões para US$ 15,2 trilhões, com o compromisso de um corte nos gastos e aumento na arrecadação equivalentes, foi aprovado no último dia do prazo dado pelo Tesouro americano para o Orçamento americano e levou o mercado ao pânico com a possibilidade de um calote da maior economia do mundo.

A demora foi resultado de uma disputa entre democratas –que queriam aumentar impostos dos ricos e evitar cortes nos programas sociais– e os republicanos –que rejeitam historicamente aumento de taxas sobre os ricos. Os dois lados queriam evitar problemas com os eleitores nas eleições gerais de 2012.

Maus indicadores

Nas últimas semanas, foram divulgados vários indicadores da indústria e do consumo dos americanos que mostraram os piores resultados em dois anos. Economistas já dizem que é de 50% a chance de os EUA mergulharem em uma nova recessão.

As preocupações sobre a economia americana é agravada ainda pelo resultado do PIB do primeiro semestre, que teve um crescimento muito fraco, 0,9%, abaixo do necessário para acelerar a criação de empregos.

Dois terços dos consumidores consultados disseram que a economia piorou recentemente e apenas um em cinco anteciparam quaisquer ganhos durante os próximos 12 meses.

Um futuro ruim para a economia americana está na expectativa de 75% de todos os consumidores consultados no começo de agosto, pouco abaixo do pico de 82% registrado em 1980.

Com agências