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Governo dos EUA faz esforço de última hora para evitar calote

O governo do presidente americano, Barack Obama, fez um esforço extra nesta segunda-feira para aprovar o acordo que eleva o valor da dívida pública dos Estados Unidos. Caso a lei não passe pelo Congresso até amanhã, o governo deverá dar um calote.

Em uma tentativa de tentar convencer deputados e senadores, o vice-presidente Joe Biden foi ao Congresso almoçar com parlamentares da oposição. A tentativa de acordo se arrasta há semanas.

O acordo proposto por lideranças do governo democrata e da oposição republicana neste fim de semana prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões) e uma elevação no teto da dívida na mesma proporção.

O texto está sendo apreciado nesta segunda-feira na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados), controlada pela oposição republicana, e irá ao Senado, sob comando dos democratas, terça-feira, 2 de agosto, data limite para o calote.

A Casa Branca tem um teto legal para a tomada de empréstimos para o pagamento das contas públicas, como o salário dos militares, os juros de dívidas prévias e o sistema de saúde Medicare. O limite atual é de US$ 14,3 trilhões (R$ 22,3 trilhões).

Em linhas gerais, os republicanos se opõem ao aumento de impostos e pedem um corte dramático nos gastos do governo. Os democratas, por sua vez, defendem taxação de fortunas e a blindagem de programas sociais voltados a idosos e mais pobres dos cortes propostos.

O aumento no teto, no entanto, sofre oposição do grupo ultraconservador republicano Tea Party, que pode emperrar a votação.

Calote

Caso não consiga aumentar o teto da dívida, o governo pode ter de dar calote em uma série de pagamentos, o que pode provocar graves consequências nas bolsas de valores globais, no bolso do contribuinte americano e até no sistema financeiro internacional.

Para o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, a não aprovação do pacote daria origem a um cenário "catastrófico". O presidente Barack Obama alertou que o país pode voltar à recessão.

Em seu discurso no domingo, Obama disse que o acordo "não é o que eu preferia", alegando que queria fazer cortes por intermédio de uma comissão bipartidária, mas agradeceu os congressistas por terem chegado a um meio-termo.

O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, que ao longo dos últimos meses de negociação travou duros embates com Obama, disse que "este não é o melhor acordo do mundo. Mas mostra o quanto mudamos os termos do debate" em Washington.

Ele pediu que o plano seja votado "o mais rápido possível".

A correspondente da BBC News em Washington Jane O'Brien explica que, ainda que o acordo não agrade nenhum dos lados, os líderes dos dois partidos acreditam ter uma estrutura que pode ser aceita por seus correligionários.

A nota de crédito dos EUA, porém, ainda tem chance de ser rebaixada pelas agências de classificação de risco, mas pelo menos os EUA estão mais perto de evitar a humilhação de não conseguir pagar parte de suas dívidas a partir desta terça, explica O'Brien.

Fonte: BBCBrasil