Crédito Rural: governo dá início a mudanças no setor cafeeiro
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta (28) a criação de uma linha de crédito para capital de giro destinada às indústrias de café solúvel instaladas no país. O limite de crédito é de R$ 40 milhões por beneficiário.
Publicado 28/07/2011 19:27
A ação faz parte das mudanças que o governo está fazendo no Manual de Crédito Rural, que dita as regras de financiamento para o setor e ela faz a revisão de um de seus 16 capítulos específicos, que trata do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
O objetivo, de acordo com o Ministério da Fazenda, é atualizar e simplificar as operações nas instituições financeiras, facilitando o acesso ao crédito.
Entre as novas medidas, está a ampliação do limite de crédito para estocagem de R$ 750 mil para R$ 1,3 milhão, por produtor rural ou cooperado, em cada safra. As operações de custeio e colheita, antes separadas, foram unificadas, assim como em outras culturas permanentes, e o limite de crédito passou de R$ 4 mil para R$ 4,5 mil por hectare e de R$ 400 mil para R$ 650 mil por produtor.
“Reduz o custo para o produtor e a burocracia na instituição financeira”, disse o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.
Outra mudança alterou o valor base de crédito, que as instituições financeiras consideram no financiamento para estocagem e aquisição de café. Nesses casos, quando o preço médio pago aos produtores rurais ultrapassar mais de 30% do preço mínimo estabelecido pelo governo na região, os bancos poderão considerar como valor base para a liberação de recursos até 80% do preço médio de mercado, desde que comprovado por meio de documento fiscal.
Ainda em relação ao financiamento para aquisição de café, o CMN estendeu o prazo de contratação, de 30 de setembro para 30 de dezembro de cada ano. Bittencourt disse que a prorrogação era aguardada pelo setor porque, como o valor de mercado do café está subindo, muitos produtores não estão vendendo na expectativa de mais valorização do produto.
Ainda segundo Bittencourt, o objetivo da medida é melhorar a competitividade das indústrias brasileiras de café solúvel, que vendem sua produção, principalmente, para o exterior e recebem, em alguns mercados, como o europeu, sobretaxa para comercializar.
Bittencourt lembrou que, com café solúvel, agrega-se valor ao produto e disse que existem no país apenas quatro indústrias aptas a contratar o financiamento. O governo direcionará até R$ 150 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para viabilizar a nova linha de crédito.
Fonte: Agência Brasil