Centrais realizarão ato em defesa da Agenda dos Trabalhadores 

A CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, juntamente com as demais centrais, CGTB, Força, NCST e UGT realizarão na próxima quinta-feira, 28/7, uma grande manifestação no centro de Porto Alegre. O evento faz parte da "Jornada Nacional de Mobilização em Defesa da Agenda dos Trabalhadores" e é preparatório para o grande ato unificado das centrais que acontece no dia 3 de agosto em São Paulo. 

Dia de Mobilização em Defesa da Agenda dos Trabalhadores - Divulgação

O Dia de Mobilização em Defesa da Agenda dos Trabalhadores tem concentração marcada para as 9h na Alberto Bins, na altura do Viaduto Conceição. A caminhada, que pretende reunir cerca de 1 mil trabalhadores de todo o estado, deve seguir pelas ruas do centro até a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini. O Brasil precisa continuar avançando com desenvolvimento e mais direitos sociais para a classe trabalhadora. Por isso, as centrais sindicais querem colocar na ordem do dia a "Agenda dos Trabalhadores".

Segundo o presidente estadual da CTB, Guiomar Vidor, além da redução da jornada de 44 para 40h sem redução de salários, a agenda inclui a regulamentação da terceirização, o fim do fator previdenciário, a atualização dos índices de produtividade do campo, a reforma agrária e ratificação de convenções da OIT e o fim das práticas anti-sindicais.

Outro tema que ganha relevância nesse momento, segundo o dirigente, é a crítica a alta da taxa básica de juros no país. "Também exigimos a garantia de reajustes reais para os salários e condenamos veementemente essa política de juros altos. Não aceitamos o argumento de que salário gera inflação", afirmou o presidente da CTB.

O movimento também terá foco em temas estaduais como a luta pela valorização do piso regional, em defesa de uma política permanente de valorização do salário. Além disso elencará como prioridade no Rio Grande o fortalecimento da UERGS e a instalação das escolas de turno integral. No final da manhã as centrais serão recebidas pelo vice-governador, Beto Grill. Na oportunidade farão a entrega de um documento dos trabalhadores com reivindicações ao governo gaúcho.

"São manifestações por mais avanços no Brasil visando, acima de tudo, o desenvolvimento com valorização do trabalho, combater a miséria e a pobreza extrema, lutar pela distribuição de renda digna, melhoria nos sistemas de educação, transporte, saúde e moradia, além de buscar o cumprimento e ampliação dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras", acrescentou Vidor.

No dia 3 de agosto a centrais preparam um grande ato em São Paulo, onde pretendem reunir 80 mil pessoas na atividade.

Serviço:

O quê: Dia de Mobilização em Defesa da Agenda dos Trabalhadores
Quando: quinta-feira, 28/7
Onde: Concentração à partir das 9h na rua Alberto Bins, na altura do Viaduto Conceição – Porto Alegre
Promoção: CTB, CGTB, Força, NCST e UGT

Bandeiras de luta da Agenda dos Trabalhadores

Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução Salarial -– A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução salarial só trará benefícios para a sociedade. A medida irá gerar empregos, melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e reduzir o número de acidentes provocados por jornadas exaustivas.

Fim do Fator Previdenciário -– Este mecanismo prejudica os trabalhadores, achatando os valores das aposentadorias. Por isto, propomos acabar com o fator e estabelecer uma política de valorização e recuperação dos benefícios dos aposentados e pensionistas.

Reajuste para os Aposentados -– É preciso um bom reajuste para quem ganha acima do salário mínimo para continuarmos a política de valorização do poder de compra para os aposentados e pensionistas, que tanto contribuíram para a construção do País.

10% do PIB para Educação – Defendemos que 10% do PIB nacional sejam revertidos diretamente para a Educação. Vamos pressionar para que o Conselho Nacional de Educação aprove o índice como meta do Ministério de Educação. Esta é uma bandeira histórica dos educadores brasileiros defendida pelas centrais sindicais.

Convenção 151 e 158 da OIT – – Lutamos pela regulamentação da convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que normatiza as relações de trabalho na administração pública, em especial, no que diz respeito ao direito de organização dos servidores públicos, e prevê garantias às organizações dos servidores, bem como estabelece parâmetros para a fixação e negociação das condições de trabalho, para a solução de conflitos e para o exercício dos direitos civis e políticos. Também defendemos a convenção 158 que proíbe a demissão imotivada de um trabalhador.

Qualificação Profissional – – A bandeira da Qualificação Profissional é parte fundamental do Trabalho Decente. Os desafios do país diante dos eventos que sediará, como a Copa do Mundo, exigem que o trabalhador receba qualificação. A qualificação é uma necessidade primária diante o grande número de desemprego e vagas que estão por serem cobertas, mas que seguem sem solução por falta de mão de obra capacitada. O estudo e a profissão são agentes transformadores da realidade dos jovens e trabalhadores. Essa função deve ser promovida pelo Estado e cabe às centrais sindicais reivindicarem e aos trabalhadores lutarem por este direito que é seu.

Reforma Agrária -– Pela distribuição de terras improdutivas para que os trabalhadores do campo possam ter um ofício e um lugar de moradia. Estamos do lado dos trabalhadores que cultivam o alimento essencial e exigimos a instituição de limites de tamanho para propriedade rural e atualização dos índices de produtividade

Redução da Taxa de Juros -– Nossa luta é pela redução da taxa de juros e de defesa do emprego. Os juros são os verdadeiros vilões da inflação. O corte na taxa de juros é uma medida fundamental para incentivar a atividade produtiva e retirar do circuito da especulação financeira bilhões de reais que poderão ser utilizados como crédito para investimentos e capital de giro das empresas e para utilização pelo público em geral.

Redução dos Impostos – A redução de impostos poderá gerar mais trabalho e renda. A força dos trabalhadores está na união, na unidade e na capacidade de mobilização. Somos contrários à criação de qualquer outro tributo, visto que o povo brasileiro trabalha até o mês de maio todos os anos só para pagar impostos. Chega de tributos que diminuem o salário do trabalhador.

Regularização da Terceirização -– Queremos que os trabalhadores que atuam em empresas que prestam serviços tenham direitos iguais aos da empresa tomadora de serviços. A falta de regulamentação gera insegurança e agrava a situação das pessoas envolvidas, com enfrentamento em processos na Justiça e falta de condições adequadas de trabalho.

Agenda regional:

Valorização do Piso Regional -– Um índice salarial regional forte demonstra a oxigenação da economia de um Estado forte. Por isso, defendemos a distribuição de renda e a movimentação da economia contando com a valorização do piso regional. No Rio Grande do Sul, é necessária uma política permanente do salário estadual para que todas as categorias dos trabalhadores recuperem as perdas do índice comparado com o salário mínimo nacional. O piso regional é parte do projeto de desenvolvimento regional, visando a melhoria da distribuição de renda, combate a desigualdade salarial e efetivo estímulo econômico, através de efeitos multiplicadores de renda. O índice contempla as categorias de trabalhadores mais vulneráveis, com menor poder de barganha, aqueles que não possuem piso salarial definido em Lei Federal, convenção coletiva ou acordo coletivo.

Escolas de Turno Integral – – Somente com escolas em turno integral conseguiremos reverter o déficit educacional do país. Mais educação, mais professores qualificados e melhores salas de aula garantirão o futuro que o Brasil merece e sonha um dia conquistar. Ensino público integral e de qualidade já.

Defesa da Uergs -– Defendemos mais investimentos do governo estadual e instrumentos que permitam a continuidade e o desenvolvimento da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e seus pólos regionais. A Uergs, criada para atender e desenvolver as sete regiões onde está presente, sobreviveu graças ao mérito da comunidade acadêmica que trabalha coletivamente pela permanência da universidade nas regiões. Para combater a derrocada do ensino superior estadual, apoiamos a articulação entre o segmento educacional para manutenção da instituição. A Uergs não pode ser vista apenas como universidade tecnológica, mas também deve ampliar o currículo para a área das Humanas. O governo deve instalar pontos educacionais nos pólos regionais, cumprindo o papel de uma universidade estadual de fato, estando pulverizada em todos os municípios das regiões do Estado.

Levar desenvolvimento regional e inserção democrática a todos no processo educacional e na evolução do conhecimento.

De Porto Alegre,
Clomar Porto