EUA: Justiça rejeita ação coletiva de mulheres contra Wal-Mart
A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou, nesta segunda-feira (20), uma ação coletiva por discriminação sexual contra a rede varejista Wal-Mart que poderia incluir até 1,5 milhão de mulheres.
Desde março a Suprema Corte ouvia os argumentos para decidir se autorizava a continuidade da ação – movida por um grupo de seis mulheres que alega ter recebido salário menor e menos promoções do que colegas do sexo masculino no Wal-Mart por conta de discriminação de gênero.
Publicado 21/06/2011 14:03
A decisão do tribunal de mais alta instância da Justiça americana não estabelece se o Wal-Mart discriminou ou não suas funcionárias – ela apenas não autoriza que o processo se dê por meio de uma ação coletiva. A rede varejista nega as acusações e afirma ter regras rígidas contra discriminação.
Caso fosse aceita, essa seria a maior ação coletiva por discriminação sexual da história americana, já que as mulheres pretendiam incluir no processo cerca de 1,5 milhão de funcionárias e ex-funcionárias de qualquer uma das 3,4 mil lojas da rede nos Estados Unidos, contratadas a partir de dezembro de 1998.
Os juízes concluíram que as mulheres que se sentirem lesadas devem mover ações individuais.
Ação
Com a decisão desta segunda-feira, a Suprema Corte contraria decisões anteriores de duas instâncias inferiores, que haviam autorizado as mulheres a levar adiante a ação coletiva.
A ação havia sido iniciada em 2001. As autoras do processo alegam receber salários menores dos que os dos funcionários do sexo masculino para exercer a mesma função.
Elas afirmam que as práticas discriminatórias ocorrem em toda a rede Wal-Mart, que teria sistematicamente discriminado funcionárias mulheres em suas lojas nos Estados Unidos.
O Wal-Mar afirma garantir a suas funcionárias do sexo feminino promoções e bons salários. A rede diz ainda que transformar o caso em uma ação coletiva acabaria incluindo funcionárias e ex-funcionárias que não têm reclamações contra a empresa.
Segundo o juiz Antonin Scalia, as regras escritas da rede Wal-Mart não permitem discriminação por gênero, e a empresa não adota métodos de teste ou avaliação comprovadamente discriminatórias.
Caso fosse levado adiante como ação coletiva, o processo poderia custar bilhões de dólares e causar danos à imagem da rede Wal-Mart.
Fonte: BBC Brasil