Piauí foi o 3º estado que mais cresceu
Com aumento do PIB em 42%, Piauí foi o terceiro estado que mais cresceu na última década
Publicado 20/06/2011 09:32 | Editado 04/03/2020 17:00
A Folha mostra que o Nordeste foi a região que mais cresceu nos últimos dez anos, resultando em importante redução na ainda grande desigualdade entre as regiões Norte e Nordeste em relação ao Sul e Sudeste. Um dado representativo é que dos quatro com mais de 40% de evolução no PIB, três são nordestinos: além do Piauí, Sergipe e Maranhão. O outro é o estado de Tocantins, que registrou crescimento de 50%.
As mudanças são perceptíveis em outras leituras feitas pelo jornal Folha de S. Paulo. No levantamento domiciliar realizado em 2008, o IBGE apontou o Piauí como a pior renda per capita, e também com o município em pior situação. Com base nos dados do Censo 2010, a Folha aponta que os oito municípios mais pobres estão nos estados do Maranhão, Amazona e Pará.
A renda domiciliar per capita do Piauí passou de pouco mais de R$ 300 em 2000 para R$ 447 em 2010 – variação positiva de 42%. O Maranhão é o último colocado, com renda domiciliar per capita de R$ 405.
As razões do crescimento
Um crescimento tão significativo tem suas razões de ser. E o jornal Folha de S. Paulo entrevistou especialistas para explicar o crescimento acentuado no Nordeste. São três as razões principais: o aumento do salário mínimo, obras e o Bolsa Família.
No caso do Salário Mínimo, apresentou a maior evolução de sua história. Este é um dado representativo para uma região onde muitos trabalhadores têm no Mínimo a sua remuneração básica. Na década, o valor do Mínimo cresceu 70%, descontada a inflação. Na prática, isso representa ganho real na renda per capita de boa parte dos assalariados nordestinos.
As obras a que se referem os especialistas são, sobretudo, projetos de infraestrutura (estradas, barragens etc) e o setor de construção civil. Essas atividades fizeram do Nordeste em geral e do Piauí em particular recordista em empregabilidade.
Por fim, os programas sociais federais são o terceiro item que justifica a evolução da renda nordestina. O Bolsa Família, apesar do valor de transferência (varia de R$ 32 a R$ 242) tem impacto muito grande em pequenas cidades, precisamente onde a renda é mais baixa. Com isso, muitos passam a ter poder de consumo, o que não tinham antes.
Nordeste e Piauí ainda precisam crescer bem mais
Os dados do IBGE não deixam dúvidas: o Piauí e o Nordeste podem comemorar o crescimento da última década. Mas também fica evidente: é necessário manter o ritmo de crescimento acima da média nacional para superar a desigualdade construída ao longo de várias décadas.
A situação mais dramática é a do Maranhão: tem 10 das 15 cidades com pior renda per capita. O Piauí tem apenas uma. Na outra ponta, o Nordeste também deve ficar preocupado: das 50 maiores rendas per capitas do país, apenas uma cidade da região (Fernando de Noronha) está na lista, na 44ª posição.
Conforme ressalta o jornal, isso quer dizer que o crescimento diferenciado do Nordeste reduziu as disparidades regionais, mas ainda não fez do Brasil um país justo. É preciso continuar crescendo nos próximos anos para reduzir o fosso social a níveis suportáveis.
No caso do Piauí, esta é uma das preocupações do governador Wilson Martins. Por isso mesmo, uma das diretrizes que adota é a de buscar um grande investimento federal no Estado. “A União tem uma dívida histórica com o Piauí e queremos que ela seja paga na forma de um grande projeto”, diz Wilson, defendendo um investimento diferenciado na área mineral.
Ele afirma que outro ponto crucial da estratégia de desenvolvimento do Estado é a atração de grandes investimentos, gerando emprego e renda. “Estou trabalhando para isso: criando as condições que tornem o Piauí atrativo às grandes empresas. Só assim vamos transformar este estado, fazendo o Piauí mais rico e mais justo”, afirma Wilson Martins.
Fonte: Meio Norte