Hezbollah recusa novas pressões da ONU para desarmá-lo
O movimento de resistência Hezbollah (Partido de Deus) recusou hoje pressões que a ONU exerce para desarmá-lo, justamente quando um tribunal internacional emitiu novas acusações ao partido de praticar assassinato.
Publicado 09/05/2011 04:34
Um comunicado difundido por essa organização indicou que a ação do representante especial da ONU, Terje Roed-Larsen, para implementar a resolução 1559 sobre o desarmamento, é "injusta e tendenciosa".
O secretário-geral do Hezbollah, o sheik Hassan Nasrallah, reagiu assim ao relatório entregue na última sexta-feira (6) por Roed-Larsen ao Conselho de Segurança em uma sessão a portas fechadas na qual exige que a resistência libanesa entregue seu arsenal.
A moção também pretende delimitar a fronteira entre o Líbano e Síria, depois da retirada das tropas sírias que ocorreu no início de 2005, pouco depois do atentado que custou a vida ao ex-primeiro ministro libanês Rafik Hariri, em 14 de fevereiro daquele ano. A imprensa local recorda que a resolução 1559 adotada pelo Conselho de Segurança em 2004 meses antes da morte de Harir foi aprovada devido a intensas pressões dos governos de George W. Bush dos Estados Unidos e de Jacques Chirac da França.
Naquela ocasião eram muito tensas as relações entre o Ocidente e a Síria e com o movimento Hezbollah, com o qual Damasco mantém estreitos laços.
Depois do assassinato de Hariri se culpou de imediato a resistência libanesa e o governo sírio de Bashar al-Assad. O Hezbollah qualificou Roed-Larsen como um "servidor público internacional do sistema midiático sionista que reflete a total hostilidade para com a resistência, o Líbano, os árabes e todas as causas justas do mundo".
Enquanto isso, o promotor do Tribunal Especial para o Líbano (TEL), Daniel Bellemare, apresentou recentemente uma acusação "emendada" que contém "novos elementos substantivos" e substitui a de 11 de março passado sobre a morte do ex-premiê Hariri. Bellemare evitou precisar as novidades da acusação e advertiu que o documento confidencial deverá ser examinado e confirmado pelo juiz belga Daniel Fransen antes de emitir as ordens de detenção, mas tudo aponta que o Hezbollah continua sendo o principal acusado.
O TEL espera que a acusação "seja completada nos próximos meses", mas o Hezbollah o considera um "instrumento a serviço de um complô estadunidense-israelense para debilitar a resistência". A atuação da citada corte, apoiada pelo bloco 14 de Março liderado por Saad Hariri, filho do falecido mandatário, provocou o colapso em janeiro último do governo que encabeçava e deu lugar à formação de um novo governo.
Fonte: Prensa Latina