Haddad desvia sobre 2012 e diz não querer 'mais problemas'

Incluído na lista de possíveis candidatos à prefeitura paulista, ministro preferiu falar de valorização dos professores

Incluído na lista de possíveis candidatos à prefeitura paulistana em 2012, o ministro da Educação, Fernando Haddad, preferiu deixar de lado o tema eleitoral na visita que fez à capital paulista nesta quarta-feira. Apesar das articulações lançadas nos bastidores, Haddad disse ter outras "questões" a tratar e ironizou as menções ao seu nome.

"Não entendo essa lógica. Há um mês, eu estava fora do ministério; agora sou candidato a prefeito", ironizou. "Gosto do que faço e tenho muitas questões para enfrentar. Não quero saber de mais problemas", emendou.

As declarações de Haddad fazem referência ao desgaste que resultou das falhas na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na época, os erros na impressão e montagem das provas se somaram ao vazamento do exame ocorrido em 2009, ajudando a alimentar rumores sobre uma eventual saída do ministro. Haddad, entretanto, recuperou-se das críticas e permaneceu no posto.

O nome do ministro voltou a aparecer nas conversas petistas sobre a eleição nas últimas semanas. A movimentação é atribuída por alguns setores da legenda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende internamente a renovação dos quadros petistas na cidade.

O ministro, entretanto, enfrenta fortes resistências dentro dos grupos que controlam o PT em São Paulo e até agora enxergam como alternativa mais provável o nome do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Além de apresentar como vantagem o recall da última eleição, Mercadante aceitou disputar o governo paulista a pedido de Lula. Com isso, a avaliação do comando partidário é a de que o ministro teria prioridade caso aceite concorrer.

O PT, entretanto, aumentou as pressões sobre Mercadante. Quer que o ministro responda até agosto se tem interesse pela vaga e já começou a discutir outros nomes. Entre as opções citadas pelos que defendem uma renovação, aparecem também os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Saúde, Alexandre Padilha. Diante das articulações, a senadora Marta Suplicy também voltou a se movimentar para assegurar a inclusão de seu nome nas negociações.

Na visita de hoje a São Paulo, Haddad preferiu investir em temas como a valorização dos professores no ensino público. E aproveitou para minimizar os problemas ocorridos no Enem. Segundo ele, os erros da última edição devem-se a uma infelicidade na contratação da gráfica.

Fonte: iG