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Exército líbio retoma Brega e aproxima-se de Ajdabiya

O exército líbio recuperou nesta terça-feira o controle da cidade de Braga das mãos dos rebeldes, avançando cerca de 15 quilômetros em direção à cidade de Ajdabiya, no leste da Líbia.

Fortes explosões foram registradas em torno da estrada de aproximadamente 50 km que liga Brega a Ajdabiya, repleta de veículos e combatentes oposicionistas, o que obrigou os rebeldes a bater em retirada até Benghazi, reduto mais importante dos oposicionistas que lutam pela derrubada de Muamar Kadafi do poder no país.

Insatisfação

Na noite de terça-feira os oposicionistas demonstraram nervosismo com o que chamaram de "lentidão" nos ataques perpetrados pelo Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) contra o exército líbio.

Em pronunciamento, o chefe militar dos rebeldes líbios, Abdel Fatá Iunes, afirmou que o Pacto Militar "está demorando" muito para agir e que vai pedir ao Conselho de Segurança da ONU que suspenda suas operações, a menos que a Aliança “faça o seu trabalho corretamente”.

"A OTAN nos decepcionou, não nos ofereceu o que necessitávamos e está deixando as forças de Kadafi matar os líbios", reclamou Iounis em entrevista coletiva no seu reduto.

Para tentar escapar da saia justa, o vice-comandante das operações da Otan contra o país árabe afirmou nesta quarta-feira (6) que o Pacto Militar faz ataques "cirúrgicos" para "evitar antigir os civis usados como escudos humanos".

"É difícil operar os aviões porque da altura em que eles estão a visibilidade não é boa. Neste caso é preferível evitar lançar bombas", desculpa-se.

Após forte pressão dos Estados Unidos, a Otan ficou incumbida de dar prosseguimento à agressão. As discrepâncias e contradições entre os países imperialistas da Europa com seu líder do outro lado do Atlântico — no cumprimento da resolução 1973 do Conselho das Nações Unidas —, atrasaram o processo.

O pretexto para a ação militar contra a Líbia é a proteção de civis que supostamente estariam sob risco de assassinato pelas forças de segurança da Líbia. No entanto, um ataque aéreo da própria Otan, com seus ataques "cirúrgicos", atingiu um grupo de rebeldes e alguns civis, matando pelo menos 30 pessoas no último sábado.

O discurso do Pacto Militar torna-se vazio quando os chefes militares alegam que não podem "proteger a população enquanto os civis estão cercados por tanques", omitindo a realidade de que ataques cirúrgicos são golpes midiáticos, dados por militares, para que os leigos acreditem que suas forças armadas são cuidadosas e clementes.

Fugindo das críticas

Diante de críticas dos rebeldes por conta do ataque acidental no fim de semana, o chefe do Pacto Militar alegou que o "mandato da organização é para proteger a população, e não conquistar a confiança das partes".

Harding disse também que teria sido feito, esta semana, um "controle" sobre algumas embarcações da marinha líbia, e que não teria havido apreensão de munição.

"Temos a obrigação precisa, enquanto militares, de ajudar os aliados que estejam ameaçados, e neste caso, devemos fazer essa defesa", escapou.

Com agências