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Líbia aceita negociar reformas, mas com Kadafi no poder

O governo da Líbia afirmou, na noite desta segunda (04), que está disposto a negociar uma ampla reforma, incluindo a realização de eleições ou de um referendo, mas com a permanência do presidente Muammar Kadafi no país.

"A maneira como a Líbia é governada é um tema a parte. Que sistema político vamos aplicar neste país? Isto é negociável, podemos conversar, é possível fazer tudo, eleições, referendo e etc.", disse o porta-voz do governo líbio Mussa Ibrahim.

O porta-voz precisou que "o líder (Muammar Kadhafi) é a válvula de segurança para o país e para a unidade da população e das tribos. Pensamos que ele é muito importante para qualquer transição a um modelo democrático e transparente".

Segundo Mussa, Trípoli está disposta a qualquer negociação com as potências ocidentais, mas não permitirá que estrangeiros "decidam o que o povo líbio deve fazer".

"Por que não nos dizem: 'queremos que o povo líbio decida se seu líder deve ficar ou partir'"?, questionou Mussa. “Sabemos que há políticos no poder no Ocidente que têm um problema pessoal com o nosso líder”, disse Ibrahim. “Outros têm interesses econômicos que pensam que podem ser melhor servidos se o governo líbio cair”, acrescentou.

Ele, porém, não detalhou as negociações em curso para promover a transição. A oposição rejeita qualquer possibilidade de o processo ser conduzido por Kadafi ou um de seus aliados e filhos.

O vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Abdelati Obeidi, reuniu-se na noite de domingo, em Atenas, com o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, e hoje estava na Turquia para negociar uma saída para a crise.

O regime de Kadhafi "busca uma solução" na Líbia, revelou o ministro grego das Relações Exteriores, Dimitris Droutsas, depois do encontro em Atenas.

Ontem, o Pentágono anunciou que o Exército norte-americano retirou os aviões de combate envolvidos nos ataques na Líbia. Inicialmente, os Estados Unidos tinham previsto retirar seus aviões e mísseis Tomahawk no próximo fim de semana, depois da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumir o comando das operações, na semana passada.

Nesta segunda-feira, o presidente Kadafi voltou a aparecer em público, em Trípoli. O líder líbio saudou algumas pessoas que estavam ao seu redor, no palácio presidencial Bab El Aziziya, de acordo com as imagens divulgadas pela televisão oficial do país.

Essa foi a primeira vez que Kadhafi apareceu em público depois de duas semanas recluso. Na sua última mensagem, por intermédio da agência oficial Jana, em 30 de março, o líder acusava a coligação internacional de lançar uma guerra contra a Líbia por interesses financeiros e econômicos.

Com agências