Piratini propõe 11,6% para o piso regional
Depois de ouvir sindicalistas e entidades empresariais, o governador Tarso Genro anunciou, em 23/2, a proposta de reajuste do salário mínimo regional: um índice de 11,6%. Com o aumento, o valor da faixa 1 passaria de R$ 546,57 para R$ 610.
Publicado 24/02/2011 16:02 | Editado 04/03/2020 17:10
O governador teve três reuniões, antes do anúncio, com centrais sindicais, entidades patronais e os líderes das bancadas da base aliada. A proposição será enviada na segunda-feira (28) ao Legislativo, e o governo aposta em uma aprovação tranquila. Tarso lembrou que o governo tem maioria e vai aprovar a proposta. Ao lado dos líderes das bancadas aliadas, ele ressaltou que os deputados da base vão tomar o cuidado para que a proposta não seja alterada na Assembleia, de forma a prejudicá-la.
Em entrevista coletiva, Tarso Genro reiterou que o governo rejeita a ideia dos empresários de extinguir o piso regional, embora respeite a opinião da classe. “A posição de ser contra o piso não está suficientemente fundamentada”, declarou, lembrando que os pisos de estados como Santa Catarina e Paraná são maiores que o do Rio Grande do Sul.
Tarso disse ainda que a proposta das centrais sindicais, de reajuste de 17,33%, era bem fundamentada e que o governo gostaria de poder adotá-la. Ainda assim, o governador ressaltou que o governo não tem a mesma meta que as centrais, que desejam fazer com que o piso regional volte a ser 28% maior que o salário mínimo nacional, proporção que foi praticada quando o mínimo regional foi criado, em 2001. “A cada ano, haverá correção. Iremos corrigir gradativamente, levando sempre em conta o crescimento do PIB, mas não tem nada a ver com chegar aos 28%”.
De acordo com o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, o cálculo levou em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor dos últimos dez meses, de 4,3% – porque a data base passou de maio, em 2010, para março neste ano – e mais um aumento real de 7,91%. “É o maior ganho real desde que foi criado o piso”, ressaltou Pestana. O governo justifica o aumento lembrando que a economia gaúcha cresceu 7,8% em 2010.
Faixas salariais
O piso gaúcho é dividido em quatro faixas para diferentes ocupações:
Piso I – para trabalhadores da agricultura e da pecuária, indústrias extrativas, de
empresas de capturação do pescado, empregados domésticos, de turismo e hospitalidade, das indústrias da construção civil, das indústrias de instrumentos musicais e brinquedos, em estabelecimentos hípicos, empregados motociclistas no transporte de documentos e pequenos volumes (motoboy): de R$ 546,57 para R$ 610.
Piso II – trabalhadores das indústrias do vestuário e do calçado, das indústrias de fiação e tecelagem, das indústrias de artefatos de couro, das indústrias do papel, papelão e cortiça, das empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas e empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas, dos empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas, dos estabelecimentos de serviços de saúde, dos empregados em serviços de asseio, conservação e limpeza: de R$ 559,16 para R$ 624,05.
Piso III – trabalhadores das indústrias do mobiliário, das indústrias químicas e farmacêuticas, das indústrias cinematográficas, das indústrias da alimentação, dos empregados no comércio em geral, dos empregados de agentes autônomos do comércio: R$ 571,75 para R$ 638,10.
Piso IV – trabalhadores das indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico, das indústrias gráficas, das indústrias de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana, das indústrias de artefatos de borracha, das empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e de crédito, de edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares, das indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas, de auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino): de R$ 594,42 para R$ 663,4.
Da redação local, com agências