Dica Cultural: Filmes de Glauber Rocha e Eduardo Coutinho
Centro Cultural da UFMG fecha mostra com filmes de Glauber e Eduardo Coutinho
Publicado 23/02/2011 09:59 | Editado 04/03/2020 16:50

Deus e o diabo na terra do Sol e Cabra marcado para morrer encerram esta semana a mostra Cinema e Revolução, promovida pelo Centro Cultural UFMG. A curadoria é do professor João Antônio de Paula, pró-reitor de Extensão da Universidade. A sessões acontecem na terça e na quinta-feira, às 19h, com entrada franca.
Segundo o curador, a palavra “revolução” no título faz referência tanto a filmes que abordam revoluções, quanto a filmes que, além de ter esses eventos como tema, são eles mesmos revolucionários com relação à linguagem cinematográfica.
O professor João Antônio ressalta que pode ser questionável o conceito de revolução que norteou a escolha dos filmes. “Sabemos o quanto certas revoluções, movidas por genuína motivação emancipatória, degeneram em opressão e alienação. De todo modo, não se deve subestimar a extraordinária mobilização de criatividade presente nas revoluções que, sobretudo, são decisivas apostas na capacidade da humanidade de se autorrealizar em liberdade e igualdade”, ele explica.
Os filmes foram agrupados em três blocos: o primeiro reuniu A Marselhesa, de Renoir, sobre a Revolução Francesa; Queimada, de Gillo Pontecorvo, que evoca a revolução dos escravos no Haiti, no final do século 18 e início do 19; e Os companheiros, de Mário Monicelli, clássico sobre as lutas operárias europeias do final do século 19 e início do 20.
O segundo bloco teve O encouraçado Potemkin, de Eisenstein, que registra episódio da Revolução Russa de 1905; e seguiu
com O fim de São Petersburgo, de Pudovkin, sobre a Revolução Russa de 1917, e O homem da câmera de filmar, de Dziga Vertov, "extraordinária e inovadora experiência de cinema documental", nas palavras do curador.
Finalmente, o terceiro bloco terá dois filmes brasileiros: Deus e o diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, e Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, são para João Antônio de Paula “decisivos representantes do cinema que, no Brasil, foi revolucionário pela forma e pelo conteúdo”.
Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-1091. Conheça a programação e as sinopses dos filmes que ainda serão exibidos na mostra:
Terça, 22 – Deus e o diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, 1964
125 minutos – Brasil
Com Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle, Geraldo Del Rey, Milton Roda e outros
Manuel (Geraldo Del Rey) é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes (Milton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém, ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. Simultaneamente, Antônio das Mortes (Maurício do Valle), matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.
(www.adorocinema.com.br)
Quinta, 24 – Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, 1964-1984
119 minutos – Brasil
Filme semidocumental sobre a vida de João Pedro Teixeira, líder camponês paraibano assassinado em 1962. A produção foi interrompida em 1964 e retomada 17 anos depois com novos depoimentos de camponeses que trabalharam na primeira filmagem e de outros personagens importantes.
(www.melhoresfilmes.com.br)
www.ufmg.br