RJ: mulher assume chefia da polícia e promete combater milícias

"Em 2007, atuei no combate contra as milícias. Se como delegada tive essa preocupação, automaticamente essa também será uma preocupação da Polícia Civil agora. Não há área ou território intocável", afirmou. Segundo Martha, a lisura está sendo fundamental na escolha da nova equipe. "A gente está buscando experiência e uma função ética para preenchimento dos cargos", disse.

A delegada também afirmou que exigirá uma corregedoria pró-ativa. Segundo ela, essa foi a condição para manter Gilson Emiliano no cargo de corregedor. Sobre as investigações na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), deflagrada por Turnowski contra o delegado Cláudio Ferraz, ela disse que pediu ao corregedor que fosse dado prosseguimento ao inquérito.

Nada a declarar

Martha disse que a Draco é subordinada à Secretaria de Segurança Pública do Rio e que caberá ao secretário José Mariano Beltrame decidir o futuro de Ferraz. A delegada preferiu não comentar sobre a situação de Turnowski. "Não quero comentar. O delegado teve a sua trajetória na polícia e, no momento certo, diante das informações definitivas, vamos nos pronunciar", disse.

Através de uma nota, Turnowski pediu desculpas pela ausência na cerimônia e afirmou estar passando por um "momento difícil". "As oportunidades desse momento histórico que o Rio está passando não se repetem", afirma a nota lida por Fernando Albuquerque, ex-subchefe da Polícia Civil.

O secretário Beltrame disse que a nova chefe de polícia é a pessoa ideal para dar seguimento ao trabalho: "A delegada Martha Rocha chega efetivamente aliada com nossas propostas, em um momento que a polícia passa por mudanças e transformações. Não vamos perder o que foi conquistado e nós vamos avançar. Dra. Martha Rocha, a senhora tem o meu apoio", declarou Beltrame.

Primeira mulher a assumir o cargo

Martha Rocha é a primeira mulher a assumir a chefia de polícia do Rio. Solteira e sem filhos, a delegada é formada em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduada em Processo Penal pela Universidade Estácio de Sá. Ela entrou para a polícia em 1993 na 14ª DP (Leblon). Foi titular da 15ª DP (Gávea), 12ª DP (Copacabana), 18ª DP (Praça da Bandeira), 20ª DP (Grajaú) e 37ª DP (Ilha do Govenrador). Martha Rocha inaugurou as delegacias de atendimento à mulher em Campo Grande e no centro e também foi vice-presidente da Organização da Polícia Civil Rio 92.

As deputadas do PCdoB do Rio de Janeiro, Jandira Feghali (federal) e Rejane Almeida (estadual) prestigiaram a posse de Martha Rocha.

Da redação, com Terra, por Luís Bulcão Pinheiro